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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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A democracia em seu labirinto

"A sociedade brasileira colhe o desastre que plantou, por ter embarcado numa aventura antidemocrática iniciada um dia depois das eleições presidenciais de 2014. Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelam que a democracia no Brasil nunca esteve tão desvalorizada como agora", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247; "A questão, agora, é como sair dessa encalacrada. Um general, chamado Antonio Hamilton Mourão, defende abertamente uma intervenção militar. Outro, Leal Pujol, pede que a população vá às ruas, mas de forma ordeira. As forças que lideraram o golpe de 2016 planejam uma eleição sem um personagem, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas – o que poderia redundar em mais um governo com déficit de legitimidade"

"A sociedade brasileira colhe o desastre que plantou, por ter embarcado numa aventura antidemocrática iniciada um dia depois das eleições presidenciais de 2014. Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelam que a democracia no Brasil nunca esteve tão desvalorizada como agora", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247; "A questão, agora, é como sair dessa encalacrada. Um general, chamado Antonio Hamilton Mourão, defende abertamente uma intervenção militar. Outro, Leal Pujol, pede que a população vá às ruas, mas de forma ordeira. As forças que lideraram o golpe de 2016 planejam uma eleição sem um personagem, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas – o que poderia redundar em mais um governo com déficit de legitimidade" (Foto: Leonardo Attuch)
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A sociedade brasileira colhe o desastre que plantou, por ter embarcado numa aventura antidemocrática iniciada um dia depois das eleições presidenciais de 2014. Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelam que a democracia no Brasil nunca esteve tão desvalorizada como agora. Um estudo do Fórum Econômico Mundial com 137 países revela que o Brasil é aquele onde a sociedade menos confia nos seus políticos. Em paralelo, um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas aponta que já são 43,1% os brasileiros que desejam uma intervenção militar, contra uma maioria estreita de apenas 51,6% que ainda defendem a democracia.

Esses dois levantamentos foram ainda temperados com fatos novos sobre os dois protagonistas da tragédia nacional. Na presidência da República, Michel Temer hoje é aprovado por apenas 3% dos brasileiros, segundo a pesquisa CNI/Ibope, e a principal lembrança dos brasileiros quando seu nome é citado diz respeito a corrupção e malas de dinheiro. Seu parceiro nessa empreitada, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sofreu a humilhação de ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal, recebendo ainda a punição de um recolhimento noturno. Aécio despertou a solidariedade corporativa daqueles que, certos ou errados, temem ser os alvos da espada judicial no dia seguinte e deve ser preservado, mas deixou de ser o príncipe da política nacional para se tornar o segundo político mais rejeitado do País, segundo uma pesquisa Ipsos, com 89% de rejeição – à frente dele, sobra apenas Temer.

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Outro dado relevante da pesquisa CNI/Ibope é o fato de apenas 8% dos brasileiros considerarem a gestão Temer melhor do que o governo da presidente Dilma Rousseff, que tinha uma diferença central em relação ao atual: a legitimidade. Todos esses dados revelam que, se a democracia brasileira hoje está em absoluto descrédito, isso se deve à ação de uma oligarquia política irresponsável e daqueles que vestiram suas camisas amarelas e saíram às ruas para protestar contra a corrupção, num movimento que, paradoxalmente, redundou no golpe dos corruptos contra uma presidente honesta.

A questão, agora, é como sair dessa encalacrada. Um general, chamado Antonio Hamilton Mourão, defende abertamente uma intervenção militar. Outro, Leal Pujol, pede que a população vá às ruas, mas de forma ordeira. As forças que lideraram o golpe de 2016 planejam uma eleição sem um personagem, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas – o que poderia redundar em mais um governo com déficit de legitimidade, depois de uma eleição que bateria novos recordes de brancos, nulos e abstenções. Ou seja: se nada for feito, o que se desenha para o Brasil é um cenário Blade Runner, com uma sociedade em colapso material, moral e existencial.

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