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Carlos Reis R. Sousa

Professor de Filosofia do Instituto Federal do Maranhão, mestre em Filosofia Contemporânea e autor do livro Diálogo e Direito

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A fuga do despresidente

Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: (Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação))
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Despresidente. É estranho? Pode ser. Mas, ‘presidanta’, termo usado por Bolsonaro para atacar Dilma Rousseff, não é apenas estranho, é também misógino. Despresidente não é simpático, admito, para ser usado para tratamento a uma autoridade eleita pelo povo. Todavia, o uso de expressões como “descondenado”, “nove dedos” e “pingunço”, por Bolsonaro (para se referir a Lula), abre um precedente para cunharmos o termo deste artigo.   

O objetivo deste texto não é gerar uma guerra entre neologismos de extrema-direita e neologismos de esquerda. O que se quer é mostrar que o termo des-presidente, aplicado a Bolsonaro, possui não sentido ideológico, mas sentido prático, uma vez que ele (Bolsonaro) exerceu o cargo de presidente contrariando a liturgia e, muitas vezes a lei e as finalidades da Presidência da República.

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Jair Bolsonaro deturpou o mais alto cargo da república, quando, sem nenhum pudor, deu 7 informações falsas ou distorcidas por dia em 2021, segundo o Congresso em Foco; celebrou durante os quatro anos de mandato  a ditadura militar, que teve milhares de mortos, torturados e exilados; defendeu o fuzilamento de adversários políticos, homenageou o torturador Brilhante Ustra; zombou de vítimas da COVID-19, imitando uma pessoa com falta de ar. Estas e outras atitudes de Bolsonaro chamam atenção não só por serem incomuns e inaceitáveis para um presidente da república, mas por serem também toscas e incivilizadas, quiça criminosas.

Como se não bastassem as bandeiras extremistas defendidas pelo “Mito” (armar a população, por exemplo), ele protagonizou um  governo negacionista e trapalhão, que pregou contra vacina, defendeu remédio sem comprovação científica e menosprezou a gravidade da pandemia. Além disso, apostou na guerra cultural, no embate com países vizinhos, na briga com governadores e na demonização de opositores políticos. 

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Bolsonaro não reconheceu abertamente a vitória de Lula nas eleições de 2022. Além de silenciar sobre a derrota, preferiu, conforme noticiou a imprensa, estimular o Partido Liberal (PL), cujo presidente é Valdemar da Costa Neto, a entrar na justiça (sem provas) contra o resultado das eleições, colocando em cheque a credibilidade das urnas eletrônicas, as mesmas que o elegeram presidente da república em 2018. 

Tudo indica que Bolsonaro não passará a faixa presidencial a Lula. Mas isso é “perfumaria” diante da complacência com quem quer soltar bombas para estragar a festa da posse e provocar um golpe militar. E mesmo em meio a um contexto tenso, os jornais noticiam que Bolsonaro prepara uma fuga para os Estados Unidos. Se isso vier a ocorrer, será para se esconder da pilha de processos que correm contra ele nos tribunais? De qualquer forma, se Bolsonaro sair do Brasil, antes do fim do seu mandato, quando terroristas ameaçam a posse de Lula, será na prática um despresidente, visto que se eximirá da responsabilidade de chefe da nação. 

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