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Matheus Brum

Mineiro de Juiz de Fora, jornalista e escritor

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A geração dos sonhos que vive um pesadelo

O desalento desta geração é, talvez, a maior derrota do país

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Olá, companheiros e companheiras. Como estão? Nesta terça-feira (11), o portal de notícias G1 divulgou um dado extremamente preocupante: 40% dos jovens, entre 22 e 25 anos, com diploma de ensino superior, não estão trabalhando nas respectivas áreas de formação. Este número representa 525 mil jovens que são considerados sobre-educados. 

Há tempos venho dizendo neste e em outros espaços que a juventude vem sofrendo com o turbilhão político e econômico que o Brasil tem passado nos últimos anos. Esta geração que citei acima – que é a que faço parte, pois tenho 25 anos – é a mesma que cresceu ouvindo falar que o Brasil era o “país do futuro”. Lembro claramente das diversas pesquisas falando sobre as “profissões do futuro”. Inclusive, nas escolas, os testes vocacionais eram incentivados. Afinal de contas, não se podia perder tempo. Era necessário saber a aptidão dos (as) alunos (as) para que cursassem a faculdade correta. 

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Lembro, também, que no Ensino Médio – me formei em Informática no Instituto Federal de Juiz de Fora (MG) – a diretoria da escola brigava quando algum de nós dizia que não seguiríamos a carreira de técnico, pois queríamos cursar o Ensino Superior. Quantas e quantas vezes ouvi a expressão “vocês estão se formando para serem técnicos. O governo investe em vocês para que supram a mão de obra que falta no país”. 

Este cenário, em conjunto com a expansão universitária, trouxe uma enorme expectativa para nós, jovens. Sem contar os milhares de alunos e alunas que conseguiram ir para o exterior, fazendo intercâmbio no programa Ciência Sem Fronteiras. Ou então que conseguiam estudar fora do país através das bolsas oferecidas pelas próprias faculdades brasileiras, em parceria com as estrangeiras.

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A minha geração se formou sonhando alto. Acreditávamos no Brasil grande, que teria desenvolvimento, financiamento, dinheiro e desenvolvimento social. Que faria com que pessoas como eu – primeiro da família a ter um diploma em Instituição Federal – pudessem sonhar cada vez mais alto. Que outros milhares de jovens pudessem ter o mesmo caminho, reduzindo as históricas desigualdades deste país. 

No entanto, o sonho acabou. E desde 2014 vem se transformando em pesadelo. A bagunça institucional brasileira, seguida de políticas econômicas e sociais horrendas, nos levam a este cenário de desesperança. Qual motivação a futura geração terá para cursar um ensino superior, se verão tantos formados sem emprego? Ou com uma renda baixíssima?

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Aliás, qual motivação há, hoje, para que se faça mestrado e doutorado, com bolsas que não são reajustadas desde 2013? Com instituições que, normalmente, não se preocupam com a saúde mental dos seus alunos e alunas? Com um índice recorde de depressão entre universitários? Qual a motivação para que esta força jovem se reúna em busca de um melhor caminho para o país?

O desalento desta geração é, talvez, a maior derrota do país. E mesmo diante disso vemos partidos e políticos ignorando, completamente, a juventude. Não há espaço para pessoas recém-formadas dentro da viciada estrutura partidária brasileira. Os caciques, de um lado ou de outro, só permitem a ascensão daqueles que são apadrinhados por eles. A renovação se emperra, trazendo ainda mais desânimo. 

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Sem contar que a participação do jovem na política é vista com maus olhos diante de uma parcela da sociedade. Quem é politizado tem mais dificuldade de conseguir emprego, vive sendo vigiado, não consegue emitir sua opinião e corre o risco de ser rotulado. Ou seja, toda a visão de mundo que aprendemos dentro das Universidades espalhadas pelo país não pode ser replicada para outras pessoas. Somos travados de um lado e de outro. 

Diante deste cenário, que peço para que faça reflexão, te pergunto: o que podemos fazer para salvar não só esta, mas as gerações futuras?

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