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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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A mentira do MBL: nunca foi apartidário e é bolsonarista

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Quem ainda não viu o documentário “O dia que durou 21 anos” deve assistir. Sobretudo porque ele contém um belo desenho histórico de como o golpe civil-militar de 1964 foi arquitetado e operacionalizado no Brasil, com destaque para o papel dos E.U.A. no golpe e seu financiamento de parlamentares e de grupos civis, formados para fazer uma dura e ferrenha oposição ao governo da época (João Goulart e sua base social), com a finalidade de desgastá-lo e desestabilizá-lo. Ao mesmo tempo, os E.U.A. instigaram os militares a darem o golpe, sob a justificativa de um “perigo vermelho” (sempre esse argumento para justificar golpes por aqui no Brasil!).

Com o fim dos “anos de chumbo”, aparentemente (mas só aparentemente) os acontecimentos traumáticos vivenciados, diziam alguns, seriam “enterrados” junto com as pessoas que foram perseguidas, presas e assassinadas pelos seus posicionamentos contrários à ditadura (porém jamais esquecidas, aliás, ainda hoje é necessário elucidar alguns casos e responsabilizar os envolvidos). Lerdo engano! O contexto atual de um discurso de perseguição/eliminação da esquerda e de constantes pedidos de “intervenção” (golpe mesmo) militar por parcela da população, mas também de políticos e de empresários, demonstra que é fundamental enfrentar, como enfrentou a Argentina e o Uruguai, esse passado recente da história brasileira.

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Pois bem, para o golpe de 2016 (a farsa do impeachment) novamente foi montada uma rede, entretanto agora com o objetivo de desestabilizar o governo de Dilma Rousseff. Os ataques e as acusações foram diversos, tanto ao governo quanto às principais lideranças do PT – acusados de terroristas, comunistas, membros de quadrilha, corruptos, dentre outros. Esta rede era composta pelos grupos Revoltados Online, Vem para Rua e, principalmente, o MBL (há outros que não mencionamos). Há fortes suspeitas de que eles receberam financiamento de parlamentares e grupos externos também (com interesses que contrariavam a soberania nacional).

Vamos recuperar, em poucas linhas, o discurso do MBL. Eles, sobretudo Kim Kataguiri e Fernando Holiday, diziam que o Movimento Brasil Livre (se livre, era porque estava “preso”, ora, ora...) era apartidário, que lutava contra a corrupção e, claro, contra a “quadrilha que estava no poder”. Estava, isso sim, a serviço de grupos econômico e políticos alinhados ao neoliberalismo. Enganaram muita gente... Os dois citados acima hoje são políticos!

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E o discurso contra a corrupção? Foi corroído pela notícia de que membros do MBL foram presos por lavarem dinheiro. Ora, vejam... Lavagem de dinheiro (Ver: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/07/10/operacao-juno-moneta-pessoas-ligadas-ao-mbl-presas.htm?cmpid=copiaecola). Tem mais coisas por aí, e vão aparecer! Agora Holiday e Kataguiri dizem que Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso (estas figuras que foram presas) “não eram membros do movimento”.  

O MBL sempre foi um movimento político querendo projetar as suas lideranças ligadas à direita/extrema-direita e ao neoliberalismo, e contribuiu, e muito, com a disseminação de fake news e do sentimento de ódio que culminou com a eleição de Bolsonaro e o ambiente de intolerância e cólera que se instalou no país.

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Agora, nessa última semana, talvez em função da proximidade das eleições e com o intuito de criticar atuais governos (sobretudo o executivo estadual de São Paulo), membros do MBL invadiram o Hospital Geral de Guarulhos, em total desrespeito aos profissionais de saúde e aos pacientes acometidos de Covid-19, demonstrando uma espécie de oportunismo sem escrúpulos para tentarem se projetar novamente a todo custo.

Kim Kataguiri (DEM-SP), Arthur Do Val (Patriota-SP), Ricardo Melão (Novo) e Lucas Sanches (PP-SP) resolveram reativar seus instrumentos de gravação para novamente atuarem nas redes sociais constrangendo pessoas, especialmente os agentes públicos e a população em geral. Eles já fizeram esse tipo de coisa num passado recente, quando, então, agiram para desgastar e golpear, juntos e abraçados ao Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, o governo de Dilma Rousseff, espalhando fake news sobre a esquerda (seus movimentos, protestos e líderes) através da publicação de vídeos montados e mentirosos nas redes sociais.

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Talvez estivessem com saudades das fake news, dos vídeos recortados e retirados de contexto, dos ataques diversos direcionados aos personagens eleitos como os seus inimigos. Não há nada que justifique a suposta “fiscalização” ao Hospital Geral de Guarulhos. Trata-se de atitude irresponsável que remonta as ações iniciais desse grupo que também pariu Bolsonaro. Não é a toa que eles pertencem a partidos da base de apoio do atual (des)governo responsável pelas mortes de mais de 350 mil brasileiros.  

Assim como alguns bolsonaristas tentaram invadir hospitais em tempos atrás, eles, como bons bolsonaristas, apenas retomaram essa abjeta ação. O “bom” é que agora o MBL não engana mais ninguém!

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