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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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A primeira ditadura ninguém esquece (menos no Brasil)

"O Brasil, no entanto, depois da ditadura do Estado Novo e da ditadura militar de 64 parece não ter se dado conta ainda de que ditaduras não trazem prosperidade - ao contrário, levam países a guerras, arbitrariedades, luto e miséria- e caminha, de forma lenta, gradual e segura para instalar a sua terceira ditadura", escreve o jornalista Alex Solnik

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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia -

Constato, com preocupação, que o governo Bolsonaro continua a avançar em seu intento de instalar a primeira ditadura militar eleita pelo voto direto no Brasil.

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 Ontem, todo o governo voou a São Paulo para participar do lançamento da pedra fundamental de um colégio militar, que será financiado em parceria com a Fiesp, a mesma instituição que, nos anos de chumbo, financiou centros de tortura como o DOI-Codi, cujo comandante, coronel Brilhante Ustra é ídolo do atual presidente da República.

 Hoje, os jornais noticiam que os brasileiros que serão resgatados de Wuhan, epicentro da epidemia de coronavírus, passarão por quarentena quando chegarem ao Brasil – a ser cumprida numa base militar de Goiás.

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 Educação e saúde nada têm a ver com militares. Mas no Brasil é assim que a banda toca.

 Não é possível também não perceber que o núcleo militar do governo, formado pelos generais Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos ocupa cada vez mais espaço no Palácio do Planalto, cuidando de tarefas das quais costumavam se encarregar civis e influenciando cada vez mais os rumos do governo. São generais de pijama, mas pensam e agem como todos os que passaram suas vidas nos quartéis, acostumados a dar e a receber ordens, jamais debatê-las. Eis porque militares e política são incompatíveis. Não há democracia num quartel: manda quem pode e obedece quem tem juízo.

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 É um fenômeno raro, para não dizer raríssimo, o que ocorre no Brasil.

 Vários países passaram por períodos de ditadura militar: Alemanha, Espanha, Itália e Portugal, na Europa; Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, na América Latina.

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 Em nenhum deles a ditadura deixou saudades. Não se ouve falar de movimentos, nesses países, de retorno do autoritarismo. Ao contrário.

 O Brasil, no entanto, depois da ditadura do Estado Novo (cujo rosto era civil, mas, como toda ditadura, era militar) e da ditadura militar de 64 (que teve cinco rostos militares) parece não ter se dado conta ainda de que ditaduras não trazem prosperidade - ao contrário, levam países a guerras, arbitrariedades, luto e miséria-  e caminha, de forma lenta, gradual e segura para instalar a sua terceira ditadura.  

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 Os atuais presidentes da Câmara e do Senado e do STF são obstáculos ao projeto, mas o governo trabalha diariamente para enfraquecê-los e, assim que seus mandatos se esgotarem, tentará colocar em seus lugares outros apologistas de ditaduras.

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