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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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América Latina XXI

Continente mais desigual do mundo, a América Latina comandou, em escala global, a construção de um bloco de países que liderou a luta pelo pós-neoliberalismo

(Foto: Governo de SP)
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Neste século, a América Latina passou por mudanças radicais, embora em direções diferentes. Tal como tinha sido a região privilegiada do neoliberalismo na última década do século passado, tem sido, na primeira década deste século, a região privilegiada do anti-neoliberalismo.

Na Venezuela e no Brasil, iniciou-se o processo de superação do neoliberalismo, com a mudança da prioridade dos ajustes fiscais para a implementação de políticas sociais. Sendo o continente mais desigual do mundo, com os correspondentes processos de exclusão social, os governos da Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Equador, comandaram, em escala global, a construção de um bloco de países que, em nível internacional, liderou a luta pela implementação do pós-neoliberalismo.

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Isto tem consistido não só na prioridade das políticas sociais, mas também no resgate do papel ativo do Estado, nas políticas de integração regional em vez de acordos de livre comércio com os Estados Unidos.

Assim, durante pelo menos uma década e meia, a América Latina tem sido a região líder do mundo na luta antineoliberal. Assim como, nessa luta, projetou os principais líderes políticos, como Hugo Chávez, Lula, Tabaré Vázquez, Nestor Kirchner, Evo Morales e Rafael Correa.

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No final da segunda década de antineoliberalismo, começaram a surgir processos de resistência, mesmo de estilo golpista, como foi o caso do Brasil e da Bolívia, embora de curta duração.

Mas a verdade é que o auge do antineoliberalismo latino-americano esgotou-se, sem perder o seu vigor.

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O continente tem vivido uma segunda vaga de políticas antineoliberais, de distribuição de rendimentos, de fortalecimento dos Estados, de redução das desigualdades sociais.

Qual é a situação que a América Latina vive hoje? Após os processos de revitalização da direita, que tem as suas expressões mais fortes na Argentina e no Equador, a situação tornou-se mais instável e menos clara.

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O Brasil e o México continuam a ter, com Lula e López Obrador, os governos mais sólidos, que implementam de forma mais consistente políticas antineoliberais. A Colômbia, com Gustavo Petro, mesmo com instabilidades e ainda sem maior continuidade, também pode se somar a estes governos antineoliberais.

No conjunto do continente pode-se dizer que houve progresso, mas a hegemonia do capital especulativo ainda vigora, não foi quebrada. A concentração de rendimentos mantém-se, tal como a exclusão social. Embora a economia tenha voltado a crescer, o número de pessoas que vivem abandonadas nas ruas não diminuiu.

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Alguns países, incluindo o Brasil, o México e a Colômbia, demonstraram capacidade de avançar no sentido da superação do neoliberalismo. Mas não está claro qual modelo viria depois do neoliberalismo. Que tipo de Estado democratizado pode suceder ao Estado atual. Que tipo de estrutura social seguiria a do neoliberalismo.

O certo é que existe um movimento social e político forte, com partidos, sindicatos, movimentos sociais, que expressam politicamente a esquerda no continente. O século XXI continuará a ser um século que terá uma América Latina progressista, lutando contra o neoliberalismo.

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A terceira década do século, porém, é um período de contradições entre os progressos alcançados e os retrocessos em alguns países. Com forte presença da liderança de Lula no continente e no mundo e com a existência de um governo extremamente conservador como o de Milei.

A disputa é saber qual das duas lideranças será decisiva para o futuro do continente. Que definirá o destino da América Latina na primeira metade do século XXI.

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