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Marcia Tiburi

Professora de Filosofia, escritora, artista visual

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Ana Hickmann e o mito da mulher poderosa

"Rica, bonita e famosa, Ana Hickmann passou a vida sendo objeto da inveja masculina", escreve Marcia Tiburi

Ana Hickmann (Foto: Reprodução)
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O que o caso de Ana Hickmann tem a nos ensinar? Primeiro, que a violência contra as mulheres é universal. A violência doméstica é uma constante cultural, pois ela é a base da sociedade machista. Ao falar em violência doméstica é bom não esquecer que se trata de uma violência praticada por homens.

Em segundo lugar, o caso Hickmann faz cair por terra o mito da mulher poderosa. A chamada “mulher poderosa” funciona até a página 3. Na sociedade patriarcal, homens são os seres que detém o monopólio do poder e da violência dentro da casa. A sociedade patriarcal funciona justamente na base de uma equação: homens detém o poder e a violência, mulheres não têm poder e são as vítimas da violência em todas as suas formas - da violência linguística ao feminicídio.

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Vídeos mostram como Ana Hickmann era agredida verbalmente por um homem com quem era casada há décadas, ele fazia isso com a maior naturalidade. Imaginemos o que essa mulher passou vivendo com ele desde os 16 anos. A família é um valor para as mulheres que cada vez mais sustentam seus homens financeira, emocional e moralmente. Ana Hickmann sustentava o seu em grande estilo. Até que ele resolveu traí-la economicamente, já que ele administrava na qualidade de “empresário” os seus bens. Foi a forma de vingar-se da mulher que, sendo rica, bonita e famosa, passou a vida sendo objeto da inveja masculina que é típica de homens covardes como esse marido.

Não raro, maridos se tornam verdadeiros parasitas, seja econômicos, sejam morais. Vimos fotos dos ferimentos recentes de Hickman. Sabemos que é a ponta do iceberg. Ela prometeu falar mais. Todos foram capazes de entender que se a própria Ana Hickmann, estereótipo da mulher poderosa, bela, rica e famosa, era capaz de sofrer - e suportar - tanto abuso, quando se trata de mulheres, a violência não tem limites de classe social ou raça.

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Há muita violência no patriarcado, pois somente essa violência dos homens, associada à falta de poder das mulheres – ao qual, a propósito são barradas -, mantém essa sociedade em pé. Não esqueçamos que 5 mulheres são mortas por dia no Brasil por feminicídio. A violência segue oculta, porque mulheres têm medo do que possa acontecer quando denunciam a violência. O patriarcado é um eterno cerco.

Nesse momento, todo apoio à Ana Hickmann e seu tardio livramento. O filho de Ana ainda vai ter orgulho dela se escapar do destino machista ao qual os homens são convidados por serem sujeitos de privilégios no sistema de injustiça patriarcal.

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