Ana Hickmann e o mito da mulher poderosa

"Rica, bonita e famosa, Ana Hickmann passou a vida sendo objeto da inveja masculina", escreve Marcia Tiburi

Ana Hickmann
Ana Hickmann (Foto: Reprodução)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O que o caso de Ana Hickmann tem a nos ensinar? Primeiro, que a violência contra as mulheres é universal. A violência doméstica é uma constante cultural, pois ela é a base da sociedade machista. Ao falar em violência doméstica é bom não esquecer que se trata de uma violência praticada por homens.

Em segundo lugar, o caso Hickmann faz cair por terra o mito da mulher poderosa. A chamada “mulher poderosa” funciona até a página 3. Na sociedade patriarcal, homens são os seres que detém o monopólio do poder e da violência dentro da casa. A sociedade patriarcal funciona justamente na base de uma equação: homens detém o poder e a violência, mulheres não têm poder e são as vítimas da violência em todas as suas formas - da violência linguística ao feminicídio.

continua após o anúncio

Vídeos mostram como Ana Hickmann era agredida verbalmente por um homem com quem era casada há décadas, ele fazia isso com a maior naturalidade. Imaginemos o que essa mulher passou vivendo com ele desde os 16 anos. A família é um valor para as mulheres que cada vez mais sustentam seus homens financeira, emocional e moralmente. Ana Hickmann sustentava o seu em grande estilo. Até que ele resolveu traí-la economicamente, já que ele administrava na qualidade de “empresário” os seus bens. Foi a forma de vingar-se da mulher que, sendo rica, bonita e famosa, passou a vida sendo objeto da inveja masculina que é típica de homens covardes como esse marido.

Não raro, maridos se tornam verdadeiros parasitas, seja econômicos, sejam morais. Vimos fotos dos ferimentos recentes de Hickman. Sabemos que é a ponta do iceberg. Ela prometeu falar mais. Todos foram capazes de entender que se a própria Ana Hickmann, estereótipo da mulher poderosa, bela, rica e famosa, era capaz de sofrer - e suportar - tanto abuso, quando se trata de mulheres, a violência não tem limites de classe social ou raça.

continua após o anúncio

Há muita violência no patriarcado, pois somente essa violência dos homens, associada à falta de poder das mulheres – ao qual, a propósito são barradas -, mantém essa sociedade em pé. Não esqueçamos que 5 mulheres são mortas por dia no Brasil por feminicídio. A violência segue oculta, porque mulheres têm medo do que possa acontecer quando denunciam a violência. O patriarcado é um eterno cerco.

Nesse momento, todo apoio à Ana Hickmann e seu tardio livramento. O filho de Ana ainda vai ter orgulho dela se escapar do destino machista ao qual os homens são convidados por serem sujeitos de privilégios no sistema de injustiça patriarcal.

continua após o anúncio

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247