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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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As águas de Maio ou tragédia anunciada?

Há pelo menos vinte anos já existe um alerta que o momento atual chegaria e os governos acabam gastando verba pós-calamidade

Área inundada ao redor da prefeitura de Porto Alegre (RS) (Foto: Diego Vara / Reuters)
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As águas de Maio ou tragédia anunciada?

Entra ano e sai ano, o planeta manifesta seu descontentamento com o ser humano. Este mesmo indivíduo que insiste em insultar seu lar, cada vez de forma mais violenta. E o que de fato é real e verídico na rotina das grandes tragédias climáticas ao redor do mundo, que estão se intensificando cada vez mais? Os governos culpam o aleatório e os cientistas avisam que o novo normal são os grandes desequilíbrios. É claro que os cientistas são ignorados até o limite das grandes tragédias. As imagens não dão tréguas diante do descaso dos governantes, já que não se teve interesse em investir em infraestrutura de combate aos climas extremos.

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O Código Ambiental do Rio Grande do Sul, por exemplo, levou nove anos entre projetos, debates e audiências públicas e foi derrubado pelo governo Eduardo Leite em 2019. Seu projeto pessoal de governo alterou 480 pontos da lei ambiental do estado. A chuva foi extraordinária. Havia 112 anos do último grande evento de chuvas fortes. O problema é que agora, esse intervalo vai diminuir. O calor do Rio de Janeiro, já não tem limite do calor entre 35º/40º. Agora estamos entre 35º/45º.

O que dizer da tempestade furiosa ocorrida em Dubai? O que era para ser uma chuva artificial projetada para refrescar o clima e abastecer a vegetação virou uma celeuma com direito a alagamentos. Olhando ao redor do mundo, frios intensos, chuvas extremas, calor fora do comum. Isso não são problemas isolados. E não devemos apontar o clima como vilão da história, afinal a Terra responde às ações de décadas e décadas de falta de cuidado. Há pelo menos vinte anos já existe um alerta que o momento atual chegaria e os governos acabam gastando verba pós-calamidade. A valorização para antecipação e controle desses eventos sempre são adiadas.

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O relatório chamado Brasil 2040, que faz a projeção dos problemas que enfrentaremos do nível climático, assevera sobre elevação do nível do mar, mortes por calor, dificuldades com as hidrelétricas, falta d’água no Sudeste, secas no Nordeste e aumento das chuvas no Sul. O projeto apresenta os problemas e demandas do Estado, o impacto e as respostas que podem ser feitas. Em 2014 já se sabia disso. Todos os investimentos feitos foram muito aquém do básico. E hoje sofremos com as consequências da má gestão pública. O estudo foi considerado na época alarmista. Para quem assistiu o filme "Não olhe para cima", de Adam McKay com Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, seria o mesmo sentimento de impotência diante das decisões daqueles que deveriam cuidar de uma população.

Agora, ainda se espera uma melhora nas condições climáticas, para que se possa fazer um levantamento real do prejuízo. As chuvas e frio voltarão a atacar, senão agora, depois. Povos ribeirinhos e indígenas estão mais vulneráveis nesse momento. O pior ainda vai chegar. Um povo castigado deve ter uma postura de exigência diante não só pelos estragos, mas por futuros estragos. Que haja um sério gabinete de contenção de tragédias climáticas, com verbas capacitadas a lutar verdadeiramente contra o que será o “Novo normal”. Propostas conjuntas podem amenizar o impacto como propostas de sistemas de alerta eficazes e adaptação da drenagem urbana. Se imaginarmos que a maioria da população sequer possui saneamento básico, quiçá um plano de contenção de danos climáticos.

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É preciso trabalhar um planejamento urbano onde se diminuam os problemas vindos de demandas climáticas, os impactos ecológicos, a urbanização desenfreada e até os vazios urbanos.

P.s. – A catástrofe não vai ter folga. Enquanto isso, a solidariedade vem do povo para o povo e pouco dos governantes. Muita proteção ao povo gaúcho, que haja misericórdia com seu sofrimento.

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