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Davis Sena Filho

Davis Sena Filho é editor do blog Palavra Livre

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Barões de mídias se calam perante Pandora Papers, remetem fortunas, são golpistas e algozes do Brasil

A sociedade brasileira está a enfrentar um sistema midiático privado poderoso, que tem lado partidário, ideologia e interesses econômicos indelevelmente contrários e antagônicos a praticamente quase tudo o que importa para o Brasil e sua população

Família Marinho, logos da Jovem Pan e da Editora 3, e o apresentador Ratinho (Foto: Divulgação | Reprodução)
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Quando o consórcio internacional Pandora Papers, composto por 615 jornalistas investigativos, 149 veículos de comunicação de 117 países jogou granadas nos colos de empresas e pessoas ricas de inúmeras atividades econômicas e financeiras, assim como lançou no ventilador a lama fétida e corrupta de autoridades públicas em âmbito mundial, a evidenciar o megaescândalo nomeado de Pandora Papers, imediatamente pensei, a seguir: "A grande imprensa privada e do mercado de capitais vai se autocensurar e se contrapor à legitimidade dos fatos e deslegitimar a realidade. A imprensa burguesa vai ignorar um escândalo de dimensão planetária".

Dito e feito. Sem apelação. Não esqueçamos que a imprensa comercial e privada, principalmente o Grupo Globo dos irmãos Marinho, desconsiderou propositalmente o megaescândalo da Lava Jato e tribunais de Justiça de inúmeros graus, quando o Intercept (Vaza Jato), a partir de junho de 2019, começou a detonar os procuradores, magistrados, principalmente o juiz Sérgio Moro — o homem muito menor — e delegados da PF, que em conluio conspiraram, primeiro pela deposição de Dilma Rousseff e depois se dedicaram caninamente para Lula ser preso.

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Para prendê-lo fizeram uma campanha sórdida e insidiosa, além de infame, de forma a demonizá-lo moralmente e politicamente e, com efeito, de forma ilegal e, portanto, criminosa, levá-lo à injusta prisão.  O encarceramento favoreceu a ascensão de um político fascista ao poder central, o deputado Jair Bolsonaro, um medíocre parlamentar do baixo clero, que passou 28 anos sem produzir praticamente nada.

Além disso, o político extremista de direita, no decorrer desse tempo, nunca assumiu qualquer cargo de responsabilidade relevante na Câmara dos Deputados. Bolsonaro, cujo apelido lamentável é Bozo, apenas se dedicou a brigar, discutir, xingar e zombar das pessoas, sendo que foi acusado durante todos esses anos de ser homofóbico, misógino, racista, militarista, fascista, além de defender incontáveis vezes a ditadura militar e a tortura como método de combate político.

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Sendo assim, até hoje nada aconteceu contra Jair Bolsonaro, por causa de sua péssima conduta como cidadão e político, porque sempre contou com o apoio aberto e também velado de seus cúmplices da Justiça, de seus colegas parlamentares e, obviamente, da imprensa familiar e de mercado controlada pelos magnatas bilionários de tradição histórica golpista e que apoiam, sem vacilar, as políticas econômico-financeiras ultraliberais imposta por economistas do naipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, que está envolvido até o pescoço em um megaescândalo juntamente com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Enfim, os irmãos Marinho e seus jornalistas de confiança dentro do sistema "global", mas que agem e atuam de maneira provinciana sempre fecharam os olhos e tamparam os ouvidos em que casos de governantes e seus principais assessores que efetivam políticas liberais de concentração de renda e riqueza, bem como de espoliação das riquezas brasileiras e entrega de poderosas estatais que foram construídas pela sociedade brasileira e seus trabalhadores e técnicos no decorrer da história da República, por intermédio do dinheiro público, que está a ser canalizado criminosamente com o verniz de legalidade para a iniciativa privada nacional e internacional.

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A sociedade brasileira, na verdade, está a enfrentar um sistema midiático privado poderoso, que tem lado partidário, ideologia e interesses econômicos indelevelmente contrários e antagônicos a praticamente quase tudo o que importa para o Brasil e sua população. Outrossim, a sociedade brasileira se informa há décadas pela pior imprensa em qualidade jornalística do mundo ocidental, que considera a notícia real, que se baseia na apuração isenta e no contraditório, como se fosse apenas um detalhe, mas que, na realidade, são a alma do jornalismo, que sempre foi relegada, porque o que importa é defender seus interesses políticos e principalmente financeiros.

A resumir: o verdadeiro e real  Estado aparelhado, profissionalmente e estrategicamente, para a distribuição do butim, a retratar, sem dúvida, que o Brasil é colonizado por suas próprias "elites" econômicas, muito mais perversas do que as estrangeiras, pois herdeiras de uma escravidão oficial de 300 anos, que até hoje perdura cruelmente no País, sendo que se apresenta de várias formas e maneiras, como se fosse a própria metamorfose em busca de sobrevivência.

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E tudo isso para que esses grupos midiáticos, porta-vozes do mercado de capitais e dos grandes trustes mundiais possam manter e garantir, ad eternum, seus benefícios e privilégios, assim como àqueles os quais os magnatas bilionários de imprensa tem "representação" como se fosse cartorial.  

Por sua vez, o que interessa de fato a tais cartéis pertencentes aos magnatas bilionários de imprensa, que são também os coronéis de todas as mídias cruzadas e oligopolizadas, é manter seus veículos de comunicação como verdadeiras tribunas para defender seus interesses de classe, bem como o patrimônio, o dinheiro e a vida em opulências de "meia dúzia" de pessoas em grave prejuízo à grande maioria, assim como em relação à miséria, à pobreza e à violência, que devastam o mundo e envergonham a condição humana, mas que para a plutocracia é o mesmo do mesmo em relação ao que sempre ocorreu no decorrer da história das nações.      

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É por isto e por causa disto, que os barões das mídias privadas e seus jornalistas ricos e de confiança, pois compromissados literalmente com o pensamento, os valores e os interesses de seus patrões, a terem como ferramentas os editoriais, colunas, opiniões e matérias cujos repórteres reproduzem o que interessa para o establishment, no que se traduz o jornalismo de guerra, como ocorreu, sem sombra de dúvida, nos governos democráticos e distributivistas do Partido dos Trabalhadores.

O mesmo processo draconiano ocorreu com os governos dos mandatários trabalhistas do passado — Getúlio Vargas e João Goulart —, que tiveram de enfrentar os asseclas da casa grande nacional, sócia histórica dos interesses das holdings e das potências estrangeiras, notadamente os governos dos EUA, que se associaram em 1964 e em 2016 à casa grande brasileira de essência colonizadora e escravocrata, com o propósito de concretizar golpes de estado, o que, inapelavelmente, ocorreu para a humilhação e desassossego de grande parte da sociedade brasileira.

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Exemplifico os grupos sociais que se recusam a ser cúmplices de bandidagens e delinquências praticadas por empresários brasileiros biliardários, donos do sistema midiático mais corrupto, infame e abjeto do mundo, pois vazios de compreensão sobre o desenvolvimento urgente da nação, além de se recusarem a pensar o Brasil, pois levianos e iníquos quando se trata de elaborar um projeto de País. Esta é a verdade; e é isto o que acontece em toda a nossa trágica história.

Para concluir, evidentemente que o Pandora Papers expôs a plutocracia dos meios de comunicação privados, mas não resta dúvida a qualquer pessoa minimamente informada e que tenha um pouco de discernimento para ponderar sobre como os ricos brasileiros sem comportam há séculos sabe muito bem que os irmãos Marinho, a Editora 3, dona da IstoÉ, os filhos do apresentador Carlos Massa (Ratinho), e a Jovem Pan constam nas listagens divulgadas pelo Pandora Papers como titulares de contas em paraísos fiscais. Não somente eles, mas grande parte do empresariado brasileiro que possui muito dinheiro e estão na lamentável lista.

São bilhões aplicados no exterior sem sequer um níquel ser investido no Brasil para incrementar a economia, fomentar a infraestrutura do País, permitir o capital de giro em pequenas empresas que são parte da cadeia produtiva de grandes empresas estatais e privadas, criar empregos, e fazer o dinheiro circular, de maneira que se possa construir um círculo virtuoso de crescimento econômico e, por sua vez, social.

Esses tiranos do capital são o substrato do que é mais sórdido, pérfido, infame e abjeto no que é relativo à construção ou edificação de uma nação soberana e independente. São lixos tóxicos e só servem para atrasar o Brasil em um retrocesso tão violento e desumano que forçou o brasileiro a comer ossos e pés de galinha em açougues, bem como feijão e arroz quebrados, como se fossem cacos de vidros.

Apoiaram a retirada de direitos e estupraram a Constituição e o Estado Democrático de Direito. Agora essa gente sem eira nem beira deve estar satisfeita com sua irresponsabilidade atávica e incompetência atroz, pois o Brasil está no fundo do poço, com a população politicamente dividida e sofrida, além de o desgoverno militarista e ultraliberal corrupto e fascista ser tratado como pária pela comunidade internacional.

Os coronéis  midiáticos e seus empregados de confiança que infestam as redações como ratos de porões devem estar agora satisfeitos, quando não resolvem disfarçar a grande m... que fizeram, a se comportar como se não tivessem nada com isso, sobre que acontece e aconteceu no Brasil, que retrocedeu inacreditavelmente e pesarosamente aos tempos da República Velha em todos os ramos de atividade humana e em todos os números e índices econômicos e sociais.

A imprensa burguesa brasileira é de longe a pior, a mais inconsequente e irresponsável do mundo. Ela é uma das principais responsáveis pela calamidade social e econômica deste País, bem como será lembrada eternamente e historicamente como a maior propagadora de fake news do Brasil, dentre todos os mentirosos que repercutem criminosamente notícias inverídicas.

A imprensa de mercado teve esse péssimo comportamento e conduta delinquente no decorrer deste século inteiro, principalmente quando mandatários trabalhistas conquistaram o poder na primeira década do século XXI, como também foram combatidos diuturnamente e ferozmente no século XX. Ressalto novamente: os barões de mídias se calam perante a Pandora Papers, remetem fortunas a offshores, são golpistas e algozes do Brasil. É isso aí.

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