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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Bolsonaro blefa com um poder que não tem

"Bolsonaro não pode ser, como muitos pensam, o homem de ferro da direita brasileira, o único inabalável", escreve Moisés Mendes, que acrescenta: "Logo descobriremos que não é, mas que por muito tempo, mesmo sabendo que não era, enganou muita gente"

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 13/05/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

Bolsonaro não consegue criar o partido da família por falta de mobilização. Muito antes da pandemia, ninguém queria saber do partido de Bolsonaro. Nem os frequentadores das igrejas que o apoiam.

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Agora, fazem aglomerações em Brasília, pelo golpe e por Bolsonaro, e aparecem grupos que José Simão define como meia dúzia de gado pingado.

Por esses e outros indícios, é provável que Bolsonaro seja o blefe mais temido da história da democracia brasileira. Temiam os militares, mas eles tinham o comando de uma ditadura.

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Temem Bolsonaro como se ele tivesse condições de optar pelo fim da democracia e aplicar e manter um golpe para só assim se fortalecer. Temem Bolsonaro porque teria o apoio incondicional dos militares.

Bolsonaro não consegue calar Alexande Frota, Joice Hasselmann, Janaína Paschoal, Paulo Marinho. Nenhum deles tem medo de Bolsonaro. Não têm medo das suas ligações com as milícias.

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A direita parece não temer Bolsonaro e nem mesmo os arapongas mantidos por estruturas paralelas de ‘inteligência’ dos filhos de Bolsonaro. Principalmente a direita que conviveu com ele parece não temer Bolsonaro.

O senador Major Olímpio, bolsonarista de raiz, não tem medo de desafiar o extremismo bolsonarista.

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Sergio Moro, o justiceiro da direita, saiu atirando em Bolsonaro, sabendo que passará a ser perseguido pelas matilhas dos filhos do homem.

Está cada vez mais evidente que Bolsonaro se escora nos militares para exibir um poder que não tem entre a população. As pesquisas dizem que pelo menos 30% dos brasileiros apoiam o governo de Bolsonaro.

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E alguns chutadores acreditam que a fidelidade a Bolsonaro é mantida por cerca de 20% da população. Mas também há quem diga que esses 20% apoiariam qualquer governo de direita.

Não são necessariamente apoiadores de Bolsonaro. São antiesquerdistas, antiLula, antiPT, anticomunistas, antiChina, antipovo, antiBolsa Família, antiProUni, anticotas raciais. Os antitudo.

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Esses 20% apoiam Bolsonaro como apoiariam Hitler. Apoiariam Mussolini e Pinochet, assim como se engajam à exaltação da memória de Brilhante Ustra.

A maioria dessa base amoral continua bolsonarista por defesa de interesses, por ressentimentos e por ignorâncias, mas não por compromissos com alguma ideologia. Têm copromisso com quem é contra as esquerdas.

Se o bolsonarismo fosse um fenômeno com base social expressiva, o futuro partido da família não estaria ameaçado de não existir. E Bolsonaro não precisaria comprar apoio do que existe de pior no Congresso. E a debandada de ex-aliados não seria tão grande.

Bolsonaro e os que estão no seu entorno talvez estejam se divertindo com o blefe de que podem ameaçar com golpes, com consequências imprevisíveis, com o caos, com a guerra civil e outros cenários.

Bolsonaro e os filhos sabem que estão cercados. E os que estão com eles descobrirão em algum momento que poderiam ter saltado fora antes, como fez Sergio Moro.

Bolsonaro não pode ser, como muitos pensam, o homem de ferro da direita brasileira, o único inabalável, o fascista perfeito.

Logo descobriremos que não é, mas que por muito tempo, mesmo sabendo que não era, enganou muita gente. Principalmente parte das esquerdas.

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