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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Da lama do Dalai Lama ao caos

Líder espiritual tibetano Dalai Lama chega para visita ao Institito do Tibete em Rikon, na Suíça 21/09/2018 (Foto: Reprodução/Twitter)
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Já foi o tempo em que figuras realmente importantes e ilibadas, estiveram a frente de sua religiosidade e apenas para elas. Foi o caso de Chico Xavier para o espiritismo, Sidarta Gautama como Buda para o hinduísmo e Jesus Cristo para o catolicismo. Estes foram verdadeiros iluminados que se casaram com a causa do amor ao próximo e a Deus. Não saindo um centímetro do caminho reto. Todas as outras figuras na história da humanidade, por mais que tenham tido atitudes a favor do ser humano, tiveram algum ‘porém’ para mostrar o quanto somos humanos e falíveis. 

Tenzin Gyatso, atual Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz, depois de décadas de atividades monásticas, se envolveu na polêmica com o menino. Sempre lembrando que o Tibete era uma teocracia brutal e corrupta, onde quase toda a população era de escravos. A elite eram monges, proprietários e aristocratas. O 13º Dalai Lama Thubten Gyatso, por exemplo, precisava de intestinos humanos, peles, crânios e sangue para comemorar seu aniversário. Arranjaram de crianças.

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Foucault costumava dizer que existiam os seres viventes e dispositivos. Nessa ideia, separava a religião em natural e positiva. A natural era aquela relação direta do homem com o divino, sem intermediários, que dizem somente a aquele indivíduo e sua fé. Do outro lado, a religião positiva era o conjunto de leis, dogmas, regimes criados por interpretações de pessoas. Por isso a primeira é inabalável e correta e a segunda tem problemas de interpretação. 

O bom exemplo é o catolicismo que foi criado pelos cristãos no período de Jesus, que mesmo perseguidos pelos Romanos, cresceram e se tornaram a religião mais importante do mundo. Os papas eram aqueles que podiam conversar diretamente com Deus e aconselhar diretamente ao Rei. O poder foi crescendo, conseguindo criar bancos e patrimônios incalculáveis até criarem a inquisição. Talvez um dos regimes oficiais mais sangrentos na humanidade. Tudo em nome de deus.

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A corrupção do ser humano está dentro dele e não em Deus. O que faz uma figura que era adorada como João de Deus, se tornar assassino? O que faz um mestre como Divaldo apoiar um apoiador da tortura e ter falas segregacionistas? O que faz um líder como Malafaia disseminar o ódio? São seus próprios problemas de vaidade, ego e se distanciam da palavra de amor do qual construíram sua base.

E o que tudo isso diz com os massacres em Blumenau? Ele não começa em Bolsonaro, figura que a extrema direita idolatra como um Deus, mas começa com a entrada das primeiras igrejas neopentecostais americanas no Brasil. Teologia da prosperidade é importada dos Estados Unidos e se torna a porta principal de entrada da extrema direita americana do Brasil. Lembrem-se que a extrema direita americana é fundamentalista, cristã. Os neonazistas brancos americanos são cristãos. A Klu Klux Klan é cristã. E a construção dessa ideologia foi se construindo aos poucos, tiveram seu momento na ditadura do Brasil e estão se ampliando, tendo várias células nazistas espalhadas de norte a sul do país. O Bolsonaro foi o catalisador para que tudo começasse a ruir, acelerar com a possibilidade armamentista no Brasil.

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Esses momentos são fruto desse caldo que falsos profetas se utilizaram para disseminar o mesmo ódio que existe nos Estados Unidos. Robert Langdon, professor de iconografia religiosa e simbologia da Universidade Harvard, dos livros de Dan Brown, ainda pode ter muito assunto olhando para nosso país. 

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