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Chen Peijie

Cônsul Geral da República Popular da China em São Paulo

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Descubra o segredo da estabilidade e avanço da economia chinesa

Para onde se dirige a locomotiva da economia chinesa?

Linha de produção da RiotPWR em Dongguan (Foto: REUTERS/David Kirton)
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Por Dra. Chen Peijie

Em março, durante as “Duas Sessões” anuais, a China voltou a atrair os olhares do mundo. No momento, o mundo vive novas ondas da pandemia, a retomada econômica fraca, os desafios enormes à economia global agravados pela turbulência internacional. A economia chinesa, por sua vez, tem pela frente contração da demanda, choques de oferta e expectativas enfraquecidas. Diante de tudo isso, quais são os sinais que “Duas Sessões” emitem? Quais são as palavras-chave no Relatório de Trabalho do Governo Chinês deste ano? Para onde se dirige a locomotiva da economia chinesa?

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Para tirar dúvidas sobre a economia chinesa em 2022, teremos de descobrir as dinâmicas e sustentações por trás dos números. Só assim entenderemos a lógica que sustenta a “estabilidade” e o “avanço”. O tema pode ser interpretado nos seguintes aspectos.

Uma “confiança chinesa” para a retomada da economia mundial. Em 2021, o PIB da China atingiu 14 trilhões de yuan, um aumento de 8,1% sobre o ano anterior. Ao responder por quase 30% do crescimento da economia mundial, a China permanece a locomotiva nesse quesito. A meta de crescimento do PIB para 2022, fixada em cerca de 5,5%, leva em consideração os fatores relevantes de estabilizar o emprego, preservar o bem-estar social e prevenir riscos. Sobre a gigantesca base de 114 trilhões de yuans, uma taxa de 5,5% é equivalente ao PIB de um país de médio porte, fenômeno incomum na história da economia mundial. O indicador também é superior à projeção de 4,8% feita pelo FMI, mostrando a forte resiliência dessa economia. Para o mundo, a estabilidade do desenvolvimento da China certamente injetará ânimo na retomada da economia global.

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A “sabedoria chinesa” para a nova rodada de revolução tecnológica. Alinhada com a estratégia de desenvolvimento movido pela inovação, estão lançados vários projetos como o 5G em larga escala, a transformação digital das indústrias, o desenvolvimento de cidades inteligentes e vilas informatizadas, a instalação da internet industrial e o fomento da inteligência artificial. Nos últimos anos, um grande número de empresas chinesas de TIC introduzem tecnologias avançadas para acelerar a transformação digital da economia real em aeroportos, portos, fábricas de automóveis e hospitais, além de engendrar novos modelos e oportunidades de negócios. Isso galvaniza a pujança da economia digital. Além disso, a China está engajada na cooperação internacional desse setor com projetos encaminhados em regiões desde a distante América Latina até o vizinho Sudeste Asiático. Valendo-se de computação em nuvem, comércio eletrônico e fintech, foram promovidas mais cooperações tecnológicas, o fluxo comercial foi ampliado e experiências de desenvolvimento viáveis foram disponibilizadas. Uma China que acelera a inovação e desenvolve com qualidade só favorecerá o crescimento de mais e mais países.

A “responsabilidade chinesa” no processo global de descarbonização. O Relatório de Trabalho do Governo traçou um mapa de rotas bem definido para atingir o pico de emissões até 2030 e a neutralidade de carbono até 2060. Enquanto acelera sua transição verde, a China busca o equilíbrio entre o desenvolvimento e a redução de emissões e redobra esforços para trazer avanços constantes em áreas como o uso limpo e eficiente do carvão, geração de energia renovável, tecnologia sustentável de geração de energia e pesquisas em tecnologias verdes e de baixo carbono. Para o maior país em desenvolvimento cumprir a meta de descarbonização no prazo previsto, o desafio parece tão grande quanto a oportunidade. Portanto, a forma convencional de produção e vida dará lugar a um modelo atualizado movido pela tecnologia, movimentando novas oportunidades de negócio ao mercado internacional. De olho nessa perspectiva “verde” da China, várias multinacionais com forte atuação no país estão usufruindo desses benefícios trazidos pela China sustentável mediante iniciativas de digitalização e redução da pegada de carbono.

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A “facilitação chinesa” para a fluidez do comércio global e a estabilidade da cadeia de suprimento. Entre as medidas para aprimorar o nível de abertura econômica e aumentar a confiança do mercado global, a China vai priorizar o comércio eletrônico transfronteiriço com a instalação de armazéns no exterior; vai expandir a importação de produtos e serviços de qualidade; vai aprofundar a desburocratização do desembaraço aduaneiro, e vai negociar e assinar acordos de livre-comércio de alto padrão com mais países. Apesar das implicações da pandemia e protecionismo, a China honrou seu compromisso de deixar “a porta do mercado cada vez mais aberta”. Foram realizados grandes eventos como a Exposição Internacional de Importação da China, a Feira Internacional de Comércio de Serviços da China e a Feira de Cantão, batendo recorde em número de expositores estrangeiros e no valor de contratos firmados. A China, com sua população de 1,4 bilhão, é um mercado mundial cada vez mais atraente. Nas duas décadas mais recentes, o “círculo de amigos” da China no livre-comércio vem se expandindo, de maneira que 19 acordos sobre o tema foram assinados com 26 países e regiões, espalhados pela Ásia, Oceania, América Latina, Europa e África. Com a vigência da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP) a partir do 1º de janeiro deste ano, nasceu uma zona de livre-comércio que engloba a maior população e o maior volume de transação. Com isso, facilitou-se o comércio de bens e serviços entre a China e os países parceiros, as cadeias produtivas e de suprimento estão mais integradas e os investimentos regionais ganharam mais vigor. Tudo isso propicia uma maior integração da economia regional e novos benefícios à economia mundial. Uma China mais inserida no cenário econômico mundial trará a todos chances de cooperação com ganhos compartilhados.

“Vigor chinês” na sofisticação da parceria China-Brasil. China e Brasil, dois grandes países em desenvolvimento com atuação internacional e economias emergentes de relevância, são parceiros solidários na jornada do progresso comum. Em 2021, o comércio bilateral criou um novo recorde histórico de US$ 164 bilhões, evidenciando sua resiliência e vigor. O agronegócio é fundamental para a parceria sino-brasileira. Para o Brasil, a China é uma compradora estável de soja e outros produtos agrícolas. A demanda do mercado chinês faz diversificar a pauta de exportação brasileira e aumentar a participação de produtos com maior valor agregado. A China, por outro lado, é um dos principais investidores do Brasil, com um volume de aportes em rápida ascensão. Nos últimos anos, várias empresas chinesas investiram no Brasil para trazer vitalidade a setores como infraestrutura, transporte e energia e criar dezenas de milhares de empregos aos brasileiros. Há, no entanto, grande potencial e perspectiva em novas fronteiras como manufatura avançada, energia limpa, economia digital, agricultura inteligente e biotecnologia.

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Em 2022, a China, como a presidência rotativa do BRICS, vai sediar a Cúpula do Cúpula de Líderes do bloco, com a realização de mais de 100 eventos paralelos. Nessa ocasião, a China, o Brasil e os demais parceiros do BRICS vão debater a cooperação pós-pandemia, abordando uma série de agendas de interesse comum, como redução da pobreza, desenvolvimento agrícola, economia digital e finanças verdes. Com isso, será estruturada uma parceria de maior qualidade, abrindo uma nova era de desenvolvimento global.

A economia da China se mantém dentro da estabilidade esperada e avança com grande ímpeto. Mirando o futuro, a China promove firmemente seu desenvolvimento de alta qualidade e não poupa esforços para se transformar em um grande país da inovação, viabilizando um crescimento intensivo ao invés de extensivo. Gostaria de trabalhar com os amigos brasileiros para explorar e compartilhar oportunidades, abrindo um novo capítulo de amizade e cooperação entre a China e o Brasil!

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