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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

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Deu um tsunami no céu da oposição

Mauro Cid e Jair Bolsonaro (Foto: Adriano Machado/Reuters)
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Eles estavam tranquilos. Perturbavam os projetos do governo com uma presença barulhenta e agressiva na Câmara dos Deputados. Repetiam versões dos fatos a ponto de cansar – ou convencer os incautos, como se passou com a ideia da CPMI do 8 de janeiro, a cujas discussões imprimiram uma dúvida: teriam havido infiltrados entre os vândalos para culpar bolsonaristas? Não parecia crível, muito menos provável, mas bateram na tecla e, depois, com o apoio da CNN e um vídeo editado, lograram derrubar um primeiro assessor do governo, o G. Dias. Começaram a imaginar que ganhavam espaço. Por outro lado, criara-se o mito de que a justiça não funciona e que, a médio prazo, tudo ficaria como antes. 

De repente, um tsunami. Realmente, o Ex aprontara abundantemente. Afrontara o poder judiciário em inúmeras oportunidades. Infringira as normas de conduta, desde o início de sua trajetória. Elogiara torturadores e pulverizara de militares os cargos da República com o claro propósito de contar com eles para... um golpe de Estado. Diante da derrota eleitoral, como nada se passava, além das aglomerações nas portas dos quartéis com gente ruidosa, teve de pegar as trouxas e partir para os Estados Unidos, numa espécie de autoexílio como se fosse um temperamental. E temperamento, era do domínio público que possuía.

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Pisou numa casca de banana (não do Bananinha, de banana mesmo) no caso das joias recebidas a título de presente por serviços prestados a empresários árabes. Os mimos alcançavam altos valores, o bastante para dar pena de abandoná-los nos acervos do Palácio. Por isso mobilizou mundos e fundos para persuadir a Alfândega de que lhe pertenciam e deveriam ficar com eles. Foi inútil. Ministros, militares e a carteirada da Presidência, nada bastou para corromper os auditores. Teve de partir sem os objetos que, em verdade, não lhe pertenciam. Lá em cima, o céu começou a turvar.

Há antecedentes que desaconselham a não insistir nos erros. Às vezes, o gângster cai por um pequeno deslize, como no caso de Al Capone, preso pelas autoridades norte-americanas por uma insignificante fraude no pagamento de impostos. Pois as autoridades do antigo governo, afeitas a violências, esqueceram-se de semelhantes detalhes. 

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Não bastava o episódio das joias, o destino (ou o céu) reservava outras peripécias. Ninguém ignora que, no decorrer da epidemia de Covid, por culpa de incompetentes e despreparados na administração, comandada pelo Ex, faleceram cerca de setecentas mil pessoas, muitas perdas evitáveis caso a política fosse outra. Bolsonaro sempre alardeara que se colocava contra as vacinações. Como faria para entrar nos EUA sem elas? No problem. A assessoria se mobilizou e lhe conseguiu um certificado falso. Eis a pista seguida pela Polícia Federal. Bastou isso para um tsunami invadir o céu da oposição. 

O cenário está montado. Agora, basta aguardar o que está por vir. 

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