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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Dilma tem que mandar no PT e não o PT mandar na Dilma

"Esse cacoete de querer impor à presidente as diretrizes do partido, típico dos regimes autoritários, adotado pelo atual presidente do PT, Rui Falcão, não se coaduna com a tradição democrática brasileira", analisa Alex Solnik, em seu blog no 247; jornalista avalia que, "fragilizado como estava em 2015, do que o governo menos precisava era de contestações; precisava era de apoio", mas o dirigente petista "ignorou tudo isso e passou a criticar desbragadamente o governo que seu partido elegeu", ajudando a oposição; "Nenhum partido manda no presidente da República que elegeu e sim o presidente da República manda no partido, até por uma questão de hierarquia: os milhões de votos do presidente eleito lhe dão autoridade para orientar o seu partido e não o contrário"

"Esse cacoete de querer impor à presidente as diretrizes do partido, típico dos regimes autoritários, adotado pelo atual presidente do PT, Rui Falcão, não se coaduna com a tradição democrática brasileira", analisa Alex Solnik, em seu blog no 247; jornalista avalia que, "fragilizado como estava em 2015, do que o governo menos precisava era de contestações; precisava era de apoio", mas o dirigente petista "ignorou tudo isso e passou a criticar desbragadamente o governo que seu partido elegeu", ajudando a oposição; "Nenhum partido manda no presidente da República que elegeu e sim o presidente da República manda no partido, até por uma questão de hierarquia: os milhões de votos do presidente eleito lhe dão autoridade para orientar o seu partido e não o contrário" (Foto: Alex Solnik)
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Esse cacoete de querer impor à presidente as diretrizes do partido, típico dos regimes autoritários, adotado pelo atual presidente do PT, Rui Goethe da Costa Falcão, não se coaduna, porém, com a tradição democrática brasileira.

É, também, um bom exemplo de como alguns ex-membros da luta armada não depuseram armas, ainda carregam na cabeça o modelo que defendiam na época. Se Rui Falcão estivesse na China, na Coreia do Norte, na Rússia soviética, vá lá, mas ele está no Brasil e, tal como eu sei, ele também sabe que no Brasil o buraco é mais embaixo.

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Nenhum partido manda no presidente da República que elegeu e sim o presidente da República manda no partido. Não houve um caso em que o partido ditou o que o presidente tinha que fazer, até por uma questão de hierarquia: os milhões de votos do presidente eleito lhe dão autoridade para orientar o seu partido e não o contrário. Principalmente no Brasil, onde os eleitores escolhem nomes e não partidos.

Não tenho nada contra o Rui Falcão, nem o conheço direito, mas acho que ele ainda não se deu conta de algumas questões básicas. Uma é que fragilizado como estava em 2015, do que o governo menos precisava era de contestações; precisava era de apoio. O PT teria que ter sido aquele ombro amigo, aquele pilar de sustentação, fornecedor de apoio incondicional para mostrar ao país em geral e à oposição em particular que governo e partido eram unha e carne, unidos na riqueza e na pobreza. "Unidos somos mais fortes".

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E o que fez Rui Falcão? Ignorou tudo isso e passou a criticar desbragadamente o governo que seu partido elegeu! Além de ser fustigado pela camarilha de Eduardo Cunha o governo acordava todo dia com uma crítica do próprio PT! Meus sais, por favor! Querendo ou sem querer o que ele conseguiu foi expor anda mais o governo! Ajudou a oposição!

O partido pode orientar deputados, no máximo, mas jamais dar ordens a governadores, prefeitos, senadores e muito menos ao presidente da República.

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Nenhum partido mandou em Getúlio; nenhum partido mandou Juscelino fazer o que ele fez; nenhum partido mandou no Jânio; nenhum partido mandou no João Goulart, em Sarney, em Collor, em Fernando Henrique, em Lula e não há espaço, portanto, para ele querer mandar na presidente em nome do PT.

Além de dar um péssimo exemplo aos aliados - "se o próprio PT que é o PT contesta o governo vamos contestar também" - ao tentar impor diretrizes ele coloca a presidente numa sinuca de bico: se concorda, admite que errou e demonstra submissão; se discorda, cria um atrito. Ou seja, qualquer direção que tome ela sai enfraquecida. E, suponho eu, só à oposição interessa uma presidente fraca, não ao PT.

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Arrisco-me a imaginar o que a presidente pensa a toda vez que Rui Goethe da Costa Falcão surge nos jornais dizendo o que ela deve fazer: "puta que pariu (com todo o respeito, não dá para pensar nisso sem um palavrão) eu, que fui eleita com 54.501.118 de votos tenho que ouvir o que me diz um deputado estadual eleito com 174.691? Nem que a vaca tussa"!

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