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Bernardo Gomes

Estudante de Gestão Pública UFMG, assessor parlamentar, dirigente municipal do PCdoB em Contagem/MG

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Ensaio de putsch fascista

Bolsonaro não pretendia deflagrar o golpe nesta oportunidade, mas sim manter as ruas acesas com suas pautas radicalizadas e sua base coesa

Jair Messias Bolsonaro participa de ato na Esplanada dos Ministérios (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
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Bernardo Gomes 

Quando Bolsonaro convocou sua base para ir às ruas no dia 7 de setembro - data que aflora o nacionalismo - mais uma vez gritar contra as instituições democráticas, desta vez mais especificamente contra o Supremo Tribunal Federal, ele não pretendia deflagrar o golpe nesta oportunidade, mas sim manter as ruas acesas com suas pautas radicalizadas e sua base coesa, visto que a oposição vem protagonizando novamente manifestações de rua com grande adesão. 

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As ruas importam, Bolsonaro sabe bem disso, por mais que opere no submundo da internet e das fake news, o fascista sabe que povo na rua importa, e por isso quis fazer uma demonstração de forças, de apoio popular, já que as pesquisas andam por aí dizendo que o fascista se encontra em maus lençóis com sua pior aprovação desde então.  

Bolsonaro não tem respeito algum pelas instituições, nunca teve, foi eleito pelas urnas e ataca o sistema eleitoral, ataca a liberdade de imprensa, o discurso golpista nunca saiu de sua boca, mesmo que alguns insistam que é "bravata", de bravata em bravata o fascismo vai se consolidando no centro da arena política. 

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As instituições, Ah! essas estão fraturadas pela escalada da violência política que nos levou ao golpe de 2016, estão sem saber como reagir, levaram tanto em banho maria o fascista que agora em mares agitados não sabem como se comportar. Se apertam a corda como bem quer Bolsonaro, não sabem se terão garantias de uma saída política sem uma radicalização violenta nas ruas. É a incerteza da omissão contínua. 

Bolsonaro não queria dar um golpe de fato no dia 7 de setembro, ele não precisa mais, já sabe que o seu governo é fruto da mais absoluta decadência das instituições da República, afinal, qual democracia com o mínimo de funcionamento elegeria um sujeito disposto a enterrá-la da forma mais cruel? E ele não disfarçou hora nenhuma seus desejos, pra deixar claro. 

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O que as instituições não sabem responder é o acidente da história que nos levou de volta ao passado mais sombrio, quase a idade média com o anti-iluminismo bolsonarista. O que os mais otimistas poderão dizer é que as instituições estão funcionando apesar de Bolsonaro, que o fascista passará assim como Trump e tudo voltará à normalidade. 

Ontem o que se viu pelas ruas do Brasil em apoio ao regime fascista mostra que os nossos problemas estão muito, mas muito longe de acabar. Demonstra ainda que a tática de esperar a eleição para derrotar Bolsonaro não reflete os perigos ainda maiores da chegada de uma ditadura fascista desavergonhada. Bolsonaro já governa pela exceção e não vai respeitar as regras do jogo. 

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Em outros contextos conturbados da história, quando se hesitou a uma reação mais veemente e contundente contra a escalada autoritária na sociedade, sabemos o que aconteceu. Quem olha apenas para as instituições, esquece que a política se materializa na reprodução da vida, e cada vez mais as condições objetivas se acirram em um clima de permanente tensão social. 

O golpe não será anunciado em capas de jornais e revistas de grande circulação, não será com tanques fumacentos desfilando nas ruas, acabar com o Estado Democrático de Direito é uma permanente disputa política de acúmulo de forças, e ontem Bolsonaro acumulou mais um pouco, sua campanha contra a democracia pautou 24 horas o debate público. 

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As forças políticas de oposição deveriam reagir firmemente aos atos golpistas e o povo defender nas ruas o regime democrático. Não há mais diálogo possível com o fascismo e esse governo da morte, ou se enfrenta em todas as frentes possíveis o bolsonarismo, ou ele passará por cima de nossas cabeças, e dessa vez não será pela via eleitoral. 

Movimentos importantes de partidos políticos de centro e direita após o ensaio de putsch fascista de ontem convergem para a necessidade que se impõe, é necessária uma unidade de ação política dos democratas para impedir o fim do que resta do nosso Estado Democrático de Direito, deixando de lado questões eleitorais, em busca de uma coalizão para afastar o Presidente da República. 

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Cabe à esquerda recepcionar os dissidentes sem sectarismos e compartilhar as ruas dia 12/09 onde a frente ampla poderá se materializar nas ruas, e, a partir disto, transpor para o parlamento a vontade popular de rejeitar o fascismo no Brasil. Essa travessia não será em águas mornas.

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