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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Filho do desembargador que blindou Moro no TRF-4 recebe R$ 13 mil de gabinete parlamentar ligado ao ex-juiz

João Eduardo Malucelli é genro e sócio de Moro e Rosângela em escritório de advocacia, e ainda ocupa cargo no gabinete do irmão do suplente do ex-juiz.

Sérgio Moro, Rosangela Moro e Marcelo Marucelli (Foto: Reprodução/Redes Sociais | Reprodução/TRF-4)
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O advogado João Eduardo Barreto Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli e genro e sócio de Sergio Moro, está lotado no gabinete do irmão do suplente do ex-juiz do Senado na Assembleia Legislativa do Paraná.

Confuso? Um power point ajudaria a entender melhor. Mas o resumo da história é simples: Moro está no centro de uma rede de poder no Judiciário e também na política. João Eduardo Malucelli recebe da Assembleia do Paraná salário bruto de R$ 13,1 mil.

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Ele está logado no gabinete do deputado Luiz Fernando Guerra, que é irmão de Ricardo Guerra, empresário de Pato Branco que Moro escolheu para ser o segundo de sua chapa ao Senado.

Luiz Fernando Guerra e o irmão são conhecidos pela militância bolsonarista, o que quer dizer de "extrema direita", diferentemente de um primo, Alceni Guerra, que foi ministro da Saúde do governo Collor e ocupou outros cargos públicos.

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João Eduardo Malucelli é também namorado de Júlia, filha de Sergio e Rosângela Moro. O pai de João Eduardo, o desembargador Marcelo, tem tomado decisões favoráveis a Moro no Tribunal Regional Federal da 4a. Região, como relator dos casos da Lava Jato na 8a. Turma.

Como João Eduardo consegue conciliar o cargo na Assembleia Legislativa com sua atuação como sócio de Moro e Rosângela no escritório é uma questão a ser apurada pelo Legislativo do Paraná. Moro e Rosângela estão afastados do dia a dia do escritório, por conta dos mandatos parlamentares.

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Há cerca de um mês, o desembargador Malucelli mandou soltar Alberto Youssef duas vezes, horas depois do juiz Eduardo Appio ter mandado prender o doleiro, por supostamente continuar lavando dinheiro ilícito, apesar das duas colaborações premiadas que celebrou com Moro.

Nos bastidores do Judiciário, havia a expectativa de que, preso, Youssef pudesse dizer como conseguiu benefícios de Moro duas vezes, e ainda continuar cometendo crimes financeiros. 

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Representado pelo advogado Antônio Figueiredo Basto, chamado de rei da delações homologadas por Moro, Youssef é peça fundamental para desvendar a chamada indústria da delação premiada, que deixou operadores do direito ricos e criminosos, com parte da fortuna lavada.

Nesta semana, Malucelli tomou uma decisão que foi interpretada como favorável a Moro. Num despacho de 25 páginas, ele revogou uma decisão do juiz Eduardo Appio, e o Tribunal Regional Federal da 4a. Região publicou no site a notícia com o título:

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"TRF4 restabelece ordem de prisão do advogado Rodrigo Tacla Durán".

Fake news ou erro proposital?
Fake news ou erro proposital?(Photo: Reprodução)Reprodução


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A notícia foi postada às 17h59, mas horas antes a assessoria de imprensa já divulgava a decisão de Malucelli como o restabelecimento da prisão de Durán, um dia antes do depoimento deste marcado para a Polícia Federal, em que prometia entregar provas de extorsão praticadas por aliados de Moro.

Eu mesmo tive a confirmação literal às 16h21 de que a prisão de Tacla Durán estava restabelecida. 

A notícia ficou do restabelecimento da prisão ficou no site do TRF-4  até 21h32, quando o Tribunal a retirou do ar. A esta altura, até o jornal O Globo noticiara a ligação de Moro com Malucelli, através do filho advogado.

Nesta sexta-feira, o desembargador Malucelli enviou carta para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, para dizer que não tinha restabelecido a prisão de Tacla Durán. A assessoria de imprensa do Tribunal assumiu a culpa pela fake news.

No diálogo que tive com uma assessora, disse:

"Como jornalista, digo que eu não creio que uma informação dessa gravidade, que teve reflexo no andamento processual em primeira instância, tenha sido fruto da interpretação de vcs."

Ainda assim, ela assumiu que foi responsável pela publicação de fake news no TRF-4. O site é um veículo de informação oficial.

Quem acredita nisso acredita que Moro era um super herói.

 

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