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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Garimpeiros da Faria Lima são aliados do Brasil arcaico contra Lula e Armínio Fraga

A Faria Lima e esse Brasil arcaico andam de mãos dadas, arrastando o peso de restos de escrúpulos no segundo turno da eleição

Bolsonaro e Guedes conversam durante cerimônia em Brasília 07/04/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Por Moisés Mendes, para o 247

O Brasil deformado pelo bolsonarismo uniu a Faria Lima ao empresariado médio interiorano, que muitas vezes domina uma cidade inteira, comporta-se como sinhozinho do século 19 e exerce coação descarada para forçar o voto dos empregados em Bolsonaro.

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São donos de empresas com compliance, submissão à satisfação total do cliente e distribuição de lucros. Mas numa eleição como essa são o que são e não o que parecem ser.

A Faria Lima e esse Brasil arcaico andam de mãos dadas, arrastando o peso de restos de escrúpulos no segundo turno da eleição.

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O mercado e seus gestores de dinheiros variados viraram aliados do Brasil profundo e dos empreendedores bolsonaristas. Bolsonaro e Paulo Guedes bastam para eles. São o chefe ogro e seu preposto que entregam o que prometem.

Bolsonaro e Guedes fazem bem a grileiros, desmatadores, garimpeiros, bandidos da Amazônia e à Faria Lima. Ah, mas o mercado é amoral. Não, no Brasil é cada vez mais imoral mesmo.

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No outro lado, Lula tem o apoio de uma elite econômica liberal, da inteligência de centro que atua ou atuou em grandes corporações, bancos, setor público, universidade e em toda a atividade complexa que envolva busca por resultados.

É uma elite que pode estar agindo por exclusão, não importa. Eles não querem mais Bolsonaro. Referências do liberalismo brasileiro estão com Lula, de Armínio Fraga a Pedro Malan.

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Por preferência, eles não gostariam que fosse Lula. Mas é do que dispõem. Confiam o suficiente em Lula para dizer que com ele enfrentarão a ameaça de degradação total do que resta de país. É mais do que a defesa de uma ideia vaga de democracia.

E isso é o que a Faria Lima não alcança. O liberalismo de centro e democrático que apoia Lula sabe que um segundo governo Bolsonaro seria uma tragédia.

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Essa elite não quer saber da rapinagem da Amazônia por quadrilhas autorizadas pelo governo e se mostra desconfortável com as gangues do orçamento secreto e a desenvoltura das milícias.

Mas para a Faria Lima eles são velhos. Por causa da idade, os sentimentos estariam orientando as condutas de Malan, Armínio, Pérsio Arida, Elena Landau, Andrea Calabi, Edmar Bacha.

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É o que explica por que se lê a todo momento que o mercado financeiro e a Faria Lima ainda desconfiam de Lula.

Eles não confiam no sentimentalismo dos velhinhos liberais dos anos 80 e 90 preocupados com a economia, as instituições, a educação, a ciência e o meio ambiente.

Parcela majoritária desse mercado grã-fino paulistano uniu-se ao Brasil interiorano e atrasado, muitas vezes racista, xenófobo e homofóbico.

É uma deformação do que poderiam chamar de Brasil empreendedor e dos que se fizeram por conta própria.

É a parte que, pela desculpa do pragmatismo, conecta-se por afinidade com o Brasil dos predadores e da bandidagem da Amazônia.

Esse mercado não quer ficar ao lado de Henrique Meirelles, que segundo Guedes nem economista é. Quer parceria com os que, nos cantinhos, referem-se a Bolsonaro como o boca-de-cobra.

Quer Guedes confessando, como admitiu publicamente, que um governo Bolsonaro é melhor porque rouba menos do que um governo de Lula. 

Guedes tem a Faria Lima e os assediadores de empregados na mão. Transportadores de mercadorias diversas, fabricantes de vassouras, engordadores de porcos, engarrafadores de azeite que não é azeite, vendedores de bagulhos chineses.

Esses não querem saber o que pensa Armínio Fraga. Nem de teto de gastos querem saber. Eles querem a moleza do bolsonarismo. Sempre existiram, mas não tinham um totem que legitimassem suas índoles.

O Brasil da geração das estrelas liberais dos anos 80 e 90 não influencia e não inspira mais o Brasil dos assediadores de operários.

O longo prazo para as muitas faces do Brasil arcaico é o domingo que vem. Eles são a parcela do vale-tudo do liberalismo garimpeiro à brasileira. A Faria Lima é, não por ideologia, mas por estupidez, a porção fascista do mercado. 

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