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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Machado rebate Temer: “se fosse doação limpa ele teria procurado a empreiteira e não a mim”

"Temer não teve direito a tréplica, tendo ficado implícito, desse modo, que o Jornal Nacional confia mais em Machado, a quem coube a palavra final, do que no presidente interino", diz o colunista Alex Solnik

"Temer não teve direito a tréplica, tendo ficado implícito, desse modo, que o Jornal Nacional confia mais em Machado, a quem coube a palavra final, do que no presidente interino", diz o colunista Alex Solnik (Foto: Alex Solnik)
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Continua a novela da queda de braço entre a Globo e Michel Temer.

   O Jornal Nacional, telejornal de maior audiência da televisão brasileira exibiu na edição de ontem mais uma longa matéria com trechos do vídeo em que o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, revela aos procuradores da Lava Jato detalhes das doações de dinheiro ilícito que fez à cúpula do PMDB, inclusive ao presidente interino Michel Temer, em 2012 e que provocou a demissão imediata de Henrique Eduardo Alves do ministério do Turismo, a terceira baixa do breve governo.

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   Machado conta no vídeo que o maior beneficiado foi o presidente do Senado Renan Calheiros, que o indicou para a estatal, com 32 milhões. E que, além disso, num período de dez meses recebeu 300 mil reais por mês. O segundo colocado, Romero Jucá, recebeu 20. Em terceiro ficou José Sarney, com 16. Edison Lobão, Henrique Eduardo Alves, Valdir Raupp, Jader Barbalho e Eunício Oliveira também levaram bastante.

   Além da cúpula peemedebista foram contemplados, segundo ele, importantes tucanos, tais como Aécio Neves (1 milhão) e Sergio Guerra (1 milhão), o deputado Heráclito Fortes (500 mil) e vários deputados com quantias mais modestas: Cândido Vacarezza (PT), Luiz Sergio (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Edison Santos (PT).

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   Machado também revelou que Lobão reclamava por receber menos que seus colegas do PMDB, alegando que merecia mais por ser ministro das Minas e Energia e exigia pagamentos sempre em dinheiro vivo, tal como Aécio, que enviava um portador. Heráclito Fortes cobrava insistentemente, por telefone, os outros 500 mil prometidos por Machado, mas como a fonte tinha secado, ficou a ver navios.

  A seguir, o telejornal exibiu trechos do desastroso pronunciamento de Michel Temer à imprensa em resposta às acusações. Em vez de mostrar que não tinha nada a esconder e estava seguro de sua inocência ele emitiu sinais exatamente opostos, ao não permitir perguntas dos repórteres.

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   Nos oito minutos de desmentido improvisado e atrapalhado, batendo sempre na mesma tecla - que se tratava de mentiras - proferiu uma pérola que só não provocou risadas porque não era o momento:

   “A ser verdade eu não poderia sair nas ruas do Brasil, onde tenho recebido as homenagens que recebo”.    

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   Só quem mora em outro planeta não sabe que ele jamais pisou na rua desde que assumiu e, se saísse, receberia qualquer coisa, menos homenagens.

   Depois do discurso, a repórter Délis Ortiz ponderou que em nenhum momento ele tinha respondido às denúncias propriamente ditas, uma intervenção que raramente acontece nos noticiários da Globo.

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   E o Jornal Nacional voltou à carga, mostrando, a seguir, a resposta de Machado, por escrito, ao desmentido de Temer, na qual, além de reafirmar seu compromisso com a verdade ao assinar a delação forneceu novos detalhes da doação.

   Asseverou ter sido procurado, primeiramente, pelo senador Valdir Raupp, vice do PMDB, que, em nome de Temer pediu que ele providenciasse numerário para a campanha de Chalita e dias depois se encontrou pessoalmente com Temer na base aérea de Brasília.

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   Machado também escreveu que Temer sabia que a a doação viria de propina resultante de contrato de uma empreiteira com a Transpetro: “senão, procuraria a própria empresa e não a mim”.

   Temer não teve direito a tréplica, tendo ficado implícito, desse modo, que o Jornal Nacional confia mais em Machado, a quem coube a palavra final, do que no presidente interino.

   Os próximos capítulos prometem.

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