Ricardo Mezavila avatar

Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

465 artigos

HOME > blog

Maioria dos brasileiros pensa como Bolsonaro

Bolsonaro foi uma novidade de tiro curto que embalou os sonhos de homens e mulheres ávidos pelo extermínio de crianças e jovens periféricos, pelo direito de comprar armas legalmente com alíquota baixa, de poder espancar pessoas negras em público, de usar capuz e realizar cultos de organizações racistas, de ameaçar fechar Instituições e implantar uma ditadura

A maioria da população brasileira está alinhada ao embaixador das milícias a respeito de seu pensamento sobre natureza e sociedade. Não tem como esconder, as opiniões estão nas redes, nas ruas, nas pessoas com quem conversamos.  

Essa teoria não se reverte em uma reeleição tranquila para o presidente. Isso ficou comprovado nas últimas eleições, nas derrotas dos candidatos que Bolsonaro apoiou, e também pelas pesquisas que apontam queda de popularidade e aumento de rejeição a seu governo. 

A maioria empoderada deu voz aos esqueletos escondidos nos armários, elegendo um candidato com discurso armamentista, de ódio, violência, de negação à ciência e tecnologia, de desvalorização da educação e da cultura, de apologia ao deboche, com preconceito e desprezo pelas minorias.  

Bolsonaro entregou os ministérios aos militares e empresários, mas mantém a todos sob sua sociopatia. Possui esquizofrenia neurótica, tem um discurso chulo e características de retardo intelectual, reforçada pelas atitudes anômalas e desprezíveis para uma liderança de um país democrático. 

A maioria dos brasileiros é uma espécie de Bolsonaro manco, com pouco ou nenhum interesse por literatura e história, cagam regras de que são conservadores nos costumes e liberais na economia, vomitam versículos bíblicos na porta dos outros, mas em off sacrificam o novilho e se ajoelham em rituais sobre o esterco do bode. 

Bolsonaro foi uma novidade de tiro curto que embalou os sonhos de homens e mulheres ávidos pelo extermínio de crianças e jovens periféricos, pelo direito de comprar armas legalmente com alíquota baixa, de poder espancar pessoas negras em público, de usar capuz e realizar cultos de organizações racistas, de ameaçar fechar Instituições democráticas pela força e implantar uma ditadura. 

No meio do caminho tinha uma pandemia que desfez o mito, cancelou o titã e freou o fanatismo. A vilania do bolsonarismo vai continuar do café da manhã ao happy hour, mas sem estátua e idolatria. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.