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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

206 artigos

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Mudar ou não mudar

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Suamy Beydoun)
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Sublime, na visão de Kant, o filósofo, é aquela sensação que nos acomete quando, em segurança, diante de uma catástrofe extraordinária (um maremoto, um terremoto...), adquirimos consciência da nossa fragilidade. Por que temos consciência, nos elevamos e nos igualamos ao tamanho do acontecimento. Poucas são as oportunidades que desfrutamos de testemunhar tais experiências. Mostra-se necessário um conjunto de fatores. Em sociedade, constantemente divididos, a noção de sublime não nos invade. Lutamos para nos afirmar na política e nos percebemos em fragmentos, no máximo nos aproximamos de algo importante, com a sensação de que, enfim, quem sabe, nos associamos a uma maioria significativa, uma esperança nova. 

No Brasil da atualidade, depois de um longo e tenebroso inverno (correndo o risco de se alongar), com o governo entregue a um arremedo de liderança, sempre insuficiente para o cargo que ocupa, temos vivenciado o oposto: a hostilidade do mundo, a crueldade, pitadas de sadismo sobre os mais fracos. Contudo, no meio da tristeza, o destino nos colocou à disposição um político carismático, de coração sensível, da dimensão de figuras internacionais, da estirpe dos que lutaram contra a opressão, como Mandela, Mahatma Gandhi, Luther King, etc. Com 76 anos de idade, deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde o encerrou um juiz parcial (se é que se pode chamá-lo de juiz), e retornou à cena, desprovido de rancor, pronto para trocar ideias com os pequenos e, como costuma afirmar, “cuidar deles”. Por muito menos, gente sem a mesma fibra teria se destruído. Prisões injustas inoculam venenos poderosos na mente de uma vítima. 

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Comícios, debates, reuniões de todos os tamanhos, encontros com os ricos e com os pobres demonstraram, nos últimos dois meses, com quem podíamos e desejávamos dialogar, no capítulo das posições de comando. O desespero vai tomando conta do outro, do capitão pequeno, amargo, desprovido de brilhantismo e de iniciativa para levar adiante um país do tamanho do nosso. Nos momentos de solidão, imagina vinganças, estratégias contra tudo e contra todos, mas, sobretudo, com a intenção de dobrar o sistema eleitoral e se fabricar como o verdadeiro vitorioso. Não é que não disponha de adeptos. A violência em livre curso, ganha admiradores. Foi assim na Alemanha nazista e na Itália de Mussolini. Se lhes convinha matar, matavam. E os admiravam pela coragem, mal escondendo as vítimas de seus crimes. Por isso, não é simples afirmar que o amor ganha do ódio, como a paz da guerra. Para tanto, cumpre dispor de um espírito forte, um indivíduo que sofreu as injustiças da vida ou de um magistrado desonesto e não se deixou dobrar. 

Bolsonaro não necessita de um narcótico para inventar bravatas ou colocá-las em prática. Perturba-o a impressão de que seu tempo vai terminando, que entramos em outro sistema astral, que logo trocaremos a brutalidade pela doçura. Homens e mulheres de boa vontade sentem-se bem com lideranças que exercitam o seu papel com doses cavalares de carinho, doa a que doer. Que alguns lhe virem a cara, compreende-se. A maioria vota nele, com a certeza de que faz o bem em favor de um novo Brasil. No seu prestígio inabalável, há lugar para o certo. Que os errados mudem de endereço. E até nunca!

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