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Eduardo Guimarães

Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania

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Natal aproxima coxinhas e mortadelas e estimula reflexão sadia

Não se sugere, aqui, que alguém abandone as suas convicções políticas e ideológicas, nem que seria possível coxinhas e mortadelas começarem a andar por aí saltitando, de mãos dadas e entoando canções e poemas sobre a paz universal. O que se sugere é que talvez seja possível uma relação meramente civilizada entre os dois lados majoritários do espectro político

Não se sugere, aqui, que alguém abandone as suas convicções políticas e ideológicas, nem que seria possível coxinhas e mortadelas começarem a andar por aí saltitando, de mãos dadas e entoando canções e poemas sobre a paz universal. O que se sugere é que talvez seja possível uma relação meramente civilizada entre os dois lados majoritários do espectro político (Foto: Eduardo Guimarães)
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Recentemente, o Papa Francisco – quem, em tese, seria o mestre de cerimônias da festa global que começa no último segundo da última hora de 24 de dezembro –, perguntado por um jornalista sobre o que achava de uma sociedade marxista, respondeu, para surpresa geral, que “são os comunistas os que pensam como cristãos”.

O argentino Jorge Bergoglio, feito Papa, meramente lembrou que “Cristo falou de uma sociedade onde os pobres, os frágeis e os excluídos sejam os que decidam”.

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O que isso tem a ver com o comunismo? Tudo, ora. O comunismo prega, exatamente, que todos sejam iguais, que todos decidam e não apenas os grupelhos de interesse.

Os valores cristãos norteiam o comunismo, mesmo que este abrigue ateus e agnósticos mais do que qualquer outra ideologia política.

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Ideologicamente, os comunistas não são pressionados a frequentar cultos religiosos, os manifestos comunistas não abrigam menções a divindades, mas os valores comunistas são mais cristãos do que os capitalistas, ao menos teoricamente.

Afinal, o capitalismo não prega a igualdade, como fazem o comunismo e o cristianismo.

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Enfim, lembrar que o líder máximo da igreja católica e do cristianismo ocidental levantou essa barreira entre capitalistas cristãos e comunistas ateus deveria servir para desarmar os espíritos de coxinhas e mortadelas, os quais, quer queiram, quer não, terão que conviver desde a noite de 24 de dezembro até, pelo menos, o almoço do dia seguinte.

A tese é muito simples: se os comunistas professam valores concernentes ao cristianismo – já que este é mais antigo do que aquele – e a maioria dos capitalistas é cristã, então talvez não seja tão largo o abismo que separa os dois lados.

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Da noite de 24 de dezembro até o fim do dia 25 milhões de brasileiros com opiniões políticas diametralmente opostas e que vêm se odiando secreta ou escancaradamente estarão frente à frente na mesma festa familiar. E isso lhes dará oportunidade para uma reflexão que pode ser construída a partir da tese do Papa supra reproduzida.

Não se sugere, aqui, que alguém abandone as suas convicções políticas e ideológicas, nem que seria possível coxinhas e mortadelas começarem a andar por aí saltitando, de mãos dadas e entoando canções e poemas sobre a paz universal. O que se sugere é que talvez seja possível uma relação meramente civilizada entre os dois lados majoritários do espectro político.

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Em muitos casos, um irmão, um pai, uma esposa ou um esposo têm visão político-ideológica diametralmente diferente da sua e, assim mesmo, você ama essa pessoa. Essa é a prova de que é possível conviver com a divergência de forma civilizada.

Muitos gostam de pregar que “política não se discute”. Discordo. Política tem que ser discutida. Porém, discussão política tem hora e lugar. Qualquer tema polêmico deve ser evitado quando o que se busca é o consenso, que é a antítese máxima da polêmica.

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Busca-se “consenso” no Natal? Sim, consenso espiritual ou filosófico (conforme a preferência) sobre igualdade, fraternidade, esperança, generosidade, tolerância, humildade e piedade, ou seja, tudo de que a humanidade mais precisa nestes tempos turbulentos especialmente neste país maravilhoso que nos abriga sob o mesmo céu.

O que distingue homens de animais não é a capacidade de lutar, mas de pôr fim às lutas sob razões racionais. E não há nada mais racional hoje no Brasil do que fazer a sociedade encontrar meio de promover convivência civilizada entre quem pensa diferente. Neste Natal, no seio das famílias brasileiras, podemos produzir esse milagre.

Feliz Natal a gregos e troianos, corintianos e palmeirenses, coxinhas e mortadelas deste país incrível.

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