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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Nazi lives don’t matter

Apresentador Monark (Foto: Reprodução)

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"Vidas de nazistas não importam" é a frase estampada no show de Tom Morello, guitarrista do rage against the machine, graduado em Ciência Política por Harvard, que está em uma turnê solo de seu disco The Atlas Underground. Ela parafraseia a famosa frase “Black lives matter”. Se uma coisa não podemos tolerar, são atitudes nazistas, apologia ao nazistas e  falas nazistas. A lei federal 7.716 de antirracismo diz que é crime “veicular símbolos” do nazismo “para fins de divulgação”, além de enquadrar como criminosas as pessoas que produzem, vendem ou distribuem material. Apesar disso, o estímulo que a Ascenção da extrema-direita no Brasil e no mundo de 2017 para cá, levou a um crescimento de grupos Neonazistas a um patamar de 270%. 

O apresentador do podcast do Flow, Monark, foi demitido numa ação rápida do programa, em função da sua fala sobre nazismo. É claro que haveria manifestações, mas ao ter cancelamento de patrocinadores, eles resolveram tentar uma saída de emergência. Nada justifica os comentários. Muitos bolsonaristas, confundem liberdade de expressão com apologia ao nazismo. E são os mesmos que gritam contra a vacina. Não podemos esquecer que o assessor presidencial Filipe Martins foi gravado fazendo com os dedos um sinal de ódio utilizado por supremacistas brancos dos Estados Unidos e no começo do mandato de Bolsonaro, a vergonhosa mensagem do então Secretário de Cultura, Roberto Alvim, que copiou falas do nazista Joseph Goebbels e utilizou todo cenário e música baseados em propagandas nazistas.

Nazismo é ideologia e em sua base está o ódio e a violência. Devemos extirpar esse problema, sempre que vier a tona de maneira rápida, mesmo em um país que resolveu apoiar o fascismo, isso tem que servir sempre de lição, para que as novas gerações entendam o horror que foi  o nazismo no mundo destruindo mais de seis milhões de Judeus de maneira torturante. Monark sempre dizia ter um programa de conversa de botequim liderada por dois idiotas, até o cantor Rogério Skylab repreende-lo: “A forma do programa é de conversa livre, ok, não tem problema. Mas tem uma multidão vendo! Então tudo que se fala aqui, tem responsabilidade,” Corretíssimo. Falar sobre times de futebol é opinião, nazismo, não. 

Os Podcasts tiveram um Boom muito grande em pouco tempo, que é um serviço muito interessante de comunicação que reverbera nas redes sociais com trechos em pílulas, mas que também fazem um desserviço mal utilizado. Estamos vivenciando essas conduções, dando voz a antissemitas e todos aqueles que trabalham contra a sociedade, como também no caso do podcast The Joe Rogan Experience, patrocinada pelo Spotify, que são abertamente antivacinas e que passam receitar a invermectina. Agora, artistas como Neuil Young, Roxage Gay, Joni Mitchell, Crosby, Stills e Nash retiraram suas músicas da plataforma, levando a uma queda de mais de 25% em ações da empresa.

Sabemos que o espectro do fascismo/nazismo surge quando tem pouco pão para dividir com muita gente. Nazistas desprezavam os intelectuais, desprezam a ciência, desprezam o pensar. E ano passado, a ONU votou uma resolução: Combater a glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que promovam o racismo, a xenofobia e a intolerância. 

Lembro-me de um filme de Costa-Gravas: Atraiçoados. Uma agente do FBI vai investigar a morte de um radialista de origem judaica e acaba atraída por um membro de uma organização racista, que exterminam judeus e negros. Daí começa i paradoxo da intolerância. Será que ela toleraria o intolerante? Será que Monark é apenas um moleque, como se afirma, que se que se diz liberal, mas é o liberal coronealista de antigamente dono de escravos ou sim, ele sempre teve ideias antissemitas e que cumpra a pena prevista na legislação brasileira. Afinal, o nazista é aquele que tirou a escravidão do meio rural para dentro do sistema. Hanna Arendt dizia que o Holocausto aconteceu não por pessoas importantes, mas sim por pessoas comuns que apoiavam e cresciam a voz de maneira periférica na sociedade.

Por via das dúvidas, estudem história. Se Monark tivesse estudado história, saberia que ditadura tem um fim. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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