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Carlos Alberto Mattos

Crítico, curador e pesquisador de cinema. Publica também no blog carmattos

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Nos Andes, mais uma vez

“A Sociedade da Neve” nos faz pensar na fragilidade da vida e oferece um verdadeiro prodígio de reconstituição dramática

(Foto: Divulgação)
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Eu não estava apostando muito em A Sociedade da Neve (La Sociedade de la Nieve). Depois de quatro filmes sobre os sobreviventes do desastre aéreo nos Andes – sendo três ficções e o magnífico documentário Stranded –, eu duvidava que aquela história ainda pudesse me emocionar. Pois deu-se o contrário. O filme de J. A. Bayona me angustiou, mais uma vez me fez pensar na fragilidade da vida, quase me levou às lágrimas e me arrebatou com um verdadeiro prodígio de reconstituição dramática.

O que o documentário de Gonzalo Arijón tem de recuperação da memória dos sobreviventes reais, A Sociedade da Neve tem de sugestão artística de algumas das situações-limite mais extremas já experimentadas por seres humanos. Não é um filme fácil de assistir, tal é a sucessão de detalhes trágicos e tal é o realismo com que tudo é encenado. Nos 72 dias de inferno na neve, os rapazes do time de rugby uruguaio e demais passageiros do Fairchild enfrentaram não somente a queda do avião, mas também o frio intenso, avalanches e a fome que os levou à decisão crítica de se alimentar da carne dos amigos mortos.

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Obviamente, a essa altura não há mais novidades a acrescentar ao relato do episódio. O que faz esse filme ser excepcional é a capacidade sempre renovada do cinema no sentido de nos transportar para onde nunca poderíamos – nem gostaríamos de – ter estado. Bayona, sua megaprodução e seu excelente elenco vão ao cerne de cada pormenor do drama sem jamais soarem apelativos ou melodramáticos. A forma parcimoniosa como a antropofagia é visualizada prova essa habilidade no mostrar sem explorar. 

Alguns sobreviventes participam em pontas, sobretudo em cenas do aeroporto. Um deles, Eduardo Strach, ainda hoje acompanha turistas ao local da queda na expedição Andes Survivors. Por 4.300 dólares, passagens áereas não inclusas, a agência leva você até lá e Eduardo explica tudo o que se passou ali. Experiência de montanhismo não é requisito necessário.

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>> A Sociedade da Neve está na Netflix. Trailer

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