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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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O BBB DO BEM

"Mentiras e verdades podem até se confundir, mas fatos gravados não", diz Miguel Paiva

(Foto: Miguel Paiva)
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"Mentiras e verdades podem até se confundir, mas fatos gravados não", diz Miguel Paiva

A primeira vez que ouvi falar de câmeras que vigiavam a cidade foi em Londres. De fato, a Scotland Yard foi a primeira polícia a monitorar os cidadãos eletronicamente. Você conseguia acompanhar as pessoas por todo o caminho delas, seja a pé ou sobre rodas. Virava a esquina, mudava de câmera. Era fantástico, mas causou muita discussão, eu lembro. Se questionava a liberdade de circulação, individualidades invadidas e por aí vai. Por um lado, está certíssimo, mas por outro, fica difícil, no mundo de hoje, onde a violência e a transgressão viraram linguagem não usar as câmeras de vigilância também como linguagem. Claro que regras foram criadas justamente para preservar o indivíduo. 

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Com o advento do celular e suas câmeras curiosas essa discussão mudou de patamar. As plataformas assumiram a vigilância e as pessoas trabalham de graça para essas plataformas, as chamadas Big Techs. Hoje tudo é filmado e dificilmente um evento não está sendo visto pelas lentes de um celular. Com isso, além das malditas selfies e dos tik- toks da vida, fazer o que vem a cabeça na rua ficou mais difícil. As violências cometidas contra as minorias, as mulheres, gays e outros grupos oprimidos acabam registradas nas câmeras e viralizam rapidinho. Difícil você dizer que não fez alguma coisa com as imagens ali demonstrando o contrário. 

Bolsonaro discursando, falando contra as medidas de combate à Covid estão registradas. O discurso de ódio de seus comparsas também. As falcatruas, as iniciativas antidemocráticas, as campanhas contra as urnas eletrônicas, está tudo gravado e bem claro. A verdade mudou de lugar. É bem verdade que a verdade também mudou de característica ou mesmo de caráter. Mentiras e verdades podem até se confundir, mas fatos gravados não. 

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As mortes pela polícia tanto aqui quanto no resto do mundo não escapam das imagens gravadas. Até câmeras nos uniformes foram colocadas para evitar narrativas diferentes aos fatos.

Hoje temos que tomar muito cuidado quando somos filmados. 

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Tirando o pessoal do BBB que sabe que isso acontece e tira proveito dessa história de “sorria, você está sendo filmado” é meio duvidosa. Será que essas pessoas pegas no flagra recentemente com joias, vacinas, armas disparando concordam? Será que é motivo para sorrir você estar ali no meio dos atos terroristas que assolaram Brasília? Meio por vaidade, meio por impunidade as pessoas nem ligaram. 

 Mas agora cabe a nós que estamos do lado da democracia julgar aos olhos da lei e não das câmeras somente o que aconteceu. Olho vivo e cuidado com o que você anda fazendo. Deus e o vizinho estão de olho. O paredão está logo ali.

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