CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Denise Assis avatar

Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

706 artigos

blog

O decálogo da violência contra meninas e mulheres

Denise Assis denuncia "manual" do Ministério da Saúde que incentiva a investigação de vítimas de estupro que tentarem abortar legalmente

(Foto: Mídia NINJA)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Denise Assis, para o 247

  1. A impossibilidade de comentar sobre o agressor, que era próximo. A primeira violência. 
  2. Lidar, sem entender, com a transformação do próprio corpo. A segunda violência. 
  3. Ter de enfrentar a descoberta da família que, certamente, num primeiro momento, duvidou de sua versão. A terceira violência. 
  4. A decepção de ter o direito legal negado pelo hospital e pelo médico. A quarta violência. 
  5. Ser separada da mãe, num momento crucial de sua vida. A quinta violência. 
  6. Enfrentar uma juíza fascista e ardilosa, que demonstrou querer quebrar suas parcas e frágeis convicções, se é que nesta idade ela tinha alguma, no fundo do seu sofrimento. A sexta violência.
  7. Ter a vida devassada e exposta. A sétima violência. 
  8. Chegar ao hospital para, enfim, se submeter à cirurgia de retirada do feto. A oitava violência.
  9. Ir para casa e encarar o mesmo ambiente que a mutilou psicologicamente. A nona violência. 
  10. Ter de se entender consigo mesma, a partir de um corpo devassado e em mutação. A décima violência.

>>> Juíza induz menina estuprada aos 10 anos a não fazer aborto legal: 'você suportaria ficar mais um pouquinho?'

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Tudo na vida dessa garota foi chacoalhado, revirado e invadido. O que vai brotar daí por diante é a pergunta que devemos nos fazer. Esse decálogo percorrido por ela é o roteiro de muitas, que não ganham espaço e têm o futuro corrompido pela brutalidade dessa dor.

Em resposta, o Ministério da Saúde, do seu Queiroga, que quer eleger o Queiroguinha, divulgou um “manual”, que é a continuidade dessa violência. Os movimentos de mulheres estão conclamando a que entrem lá e protestem: “Não vamos aguentar mais um pouquinho”. Segue a versão do “manual” com o link para vocês se manifestarem também. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Apoie a iniciativa do Jornalistas pela Democracia no Catarse

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO