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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

206 artigos

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O Estado existe!

(Foto: Arquivo/ABr)
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E isso é valioso para nós. Nas observações de Sílvio Almeida, por ocasião de sua posse, esta poderia ser mais uma de suas homenagens. Na verdade, saímos de uma administração em que se desvalorizava e se culpabilizava a entidade do Estado por todas as nossas mazelas, pretendendo diminuí-lo até a sua expressão mais simples. Era como virar um binóculo ao contrário e examinar a realidade ao gosto das concepções do neoliberalismo, obcecado pelas privatizações e pela venda a baixo preço do nosso patrimônio. No entanto, quem mais, além do Estado, é capaz de defender os desvalidos, se há vontade para tanto? Nosso problema, logo perceberemos, não se resume às mazelas ditas e reditas a respeito do tema. O que nos falta é a vontade política para fortalecer o Estado, transformá-lo num instrumento de emancipação e de programas que reequilibrem as distorções sociais. 

Mal se iniciou, e o governo Lula já desponta como alguém que saberá cuidar dos interesses dessa parcela da população. O salário mínimo precisa aumentar – e isso é valioso para nós porque alarga a capacidade de compra dos desfavorecidos. O Bolsa Família ressurge com capacidade para abastecer a cozinha dos abandonados pela sorte... E isso é valioso para nós, porque salva os nossos princípios de fraternidade e nos faz ver o outro como gente, e não mais como pária. Os estudantes necessitam de bolsas – e é bom que se pense neles; caso contrário jamais nos emanciparemos no concerto entre as nações. Para tanto, não se oferecem à vista patronos da iniciativa privada – oferece-se o Estado, a única instância suficientemente grande e forte para nos levar adiante em nossos projetos.

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Claro que um Paulo Guedes e um Jair Bolsonaro experimentam calafrios cada vez que se apontam as qualidades do Estado. Ele não partilha da sensibilidade de ambos que, com efeito, não têm, um com seus recursos em paraísos fiscais e o outro incapaz de supor que a sociedade necessite de amparo. Se dúvidas permanecessem, bastaria uma vistoria rápida nos locais onde o ex-Presidente morou e se comprovaria a falta de cuidado, o desleixo com o patrimônio público, da parte dele e de seus seguidores. Nas invasões na Praça dos Três Poderes distinguia-se a valentia dos marginais na ânsia de massacrar e destruir o que encontravam. Mas o Estado existe!... E isso é valioso para nós. Graças à sua existência, imediatamente se desencadeou uma barreira repressiva que conteve os bandidos e a quartelada. A Justiça agiu, prendeu responsáveis, abriu processos e se lançou a uma punição exemplar dos culpados. 

O Brasil não será mais o mesmo. A nação frouxa, pouco cuidadosa com a sua legislação, demonstra que pode se fazer digna. Quem pede punições sem anistia, recorda com uma dose de amargura o que ocorreu no passado e não quer repetições nefastas. Todos, diz o Presidente Lula, não importa a patente, civil ou militar, comprovadas as faltas, terão de pagar! Ninguém sabe com certeza para onde nos dirige o futuro. Caetano Veloso sugere: “Existirmos, a que será que se destina?” É bom, pelo menos, saber, de repente, o que é valioso para nós.

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