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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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O exemplo mora ao lado

"Uma economia que cai sempre se levanta. Mas uma vida que se perde nunca é recuperada. Foi o que disse o presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao anunciar ao país a extensão, por mais quinze dias, da quarentena", escreve Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia

Alberto Fernández (Foto: Reuters/Agustin Marcarian)
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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia

Uma economia que cai sempre se levanta. Mas uma vida que se perde nunca é recuperada.

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Foi o que disse o presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao anunciar ao país a extensão, por mais quinze dias, da quarentena radical aplicada em todo o país. Lá, quem for pego na rua sem estar indo a uma farmácia, a um supermercado ou a um hospital, vai preso. Há raríssimas exceções para determinadas atividades previstas no decreto presidencial.

A frase é óbvia. Por que, então, chamou tanto a minha atenção? Por ressaltar a falta de um mínimo de lucidez de Jair Messias e seus cúmplices por ação ou omissão.  Fernández, que durante a sua campanha eleitoral foi chamado de digno representante da “esquerdalha”, uma mistura de esquerda com canalha, pelo (ainda) presidente brasileiro, herdou uma economia mais esfrangalhada ainda que a deixada pelo governo cleptômano de Michel Temer e arruinada pelo pinochetista que atende pelo nome de Paulo Guedes. 

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A Argentina tem uma dívida cavalar com o Fundo Monetário Internacional, enfrenta uma inflação assustadora, uma moeda fragilizadíssima, praticamente não tem reservas em divisas. 

Pois é dentro desse quadro mais que sombrio que o governo anunciou que distribuirá recursos aos pobres e miseráveis, congelou aluguéis e hipotecas por seis meses, e suspendeu praticamente todas as atividades. “Chegou a hora, rapaziada, de vocês ganharem menos”, disse o presidente ao empresariado, ao mercado financeiro e aos produtores do campo. Resultado: sua popularidade junto à opinião pública chegou nesta semana a 93%. Até na capital, Buenos Aires, tradicionalmente avessa ao peronismo, é de 88%. Sei desde pequeno que a inveja é um sentimento mesquinho, próprio de quem não tem caráter. 

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Mas não posso deixar de confessar minha profunda inveja do governo de um país que faz parte da minha história de vida.

Enquanto aqui um tresloucado delirante faz o que Jair Messias anda fazendo, e pior, fazendo certamente com aprovação de boa parte de seus asseclas, fardados ou não, empijamados ou não, o governo argentino conseguiu se coordenar com todos os governadores estaduais, inclusive os de uma direita mais que profunda, para agir em coesão total.  O país inteiro parou há quinze dias, e parado vai permanecer por mais quinze. Os custos dessa luta para diminuir os danos irreversíveis do coronavírus serão altíssimos, por certo. Vale reiterar a frase do presidente argentino: uma economia que cai sempre se levanta. Mas uma vida que se perde nunca é recuperada. Menos, é claro, para Jair Messias e para os que concordam com ele, ou são cúmplices do crime imperdoável de deixar que ele continue fazendo o que faz.
 

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