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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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O MBL, os Globalistas e a Terra plana

Apontar as Organizações Globo como um símbolo de esquerda é um sintoma do delírio conservador do MBL. A bem da verdade, o grupo dos irmãos Marinho é a perfeita antítese do comunismo e da esquerda: uma megacorporação capitalista

Apontar as Organizações Globo como um símbolo de esquerda é um sintoma do delírio conservador do MBL. A bem da verdade, o grupo dos irmãos Marinho é a perfeita antítese do comunismo e da esquerda: uma megacorporação capitalista (Foto: Guilherme Coutinho)
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Os terraplanistas, aquele polêmico grupo que acredita que a Terra é plana, e o MBL têm muitas coisas em comum. Ambos defendem ideias medievais, costumam causar polêmicas e, por incrível que pareça, possuem um crescente número de seguidores nas redes sociais. Mas existe uma outra semelhança peculiar: os dois movimentos costumam usar o termo "globalista" para, por motivos diferentes denominar seus contraditores. Enquanto que para os terraplanistas o termo remete ao grupo que "insiste em acreditar" que a Terra possui formato esférico, para a turma de Kim Kataguiri, globalista se refere à agenda da Rede Globo - para eles, uma emissora comunista. Fica difícil eleger quem é mais fora da realidade.

Apontar as Organizações Globo como um símbolo de esquerda é um sintoma do delírio conservador do MBL. A bem da verdade, o grupo dos irmãos Marinho é a perfeita antítese do comunismo e da esquerda: uma megacorporação capitalista, que surgiu das mãos dos militares (e sempre apoiou a ditadura) e que representa, em tempo integral, os maiores detentores de capital do país – seus anunciantes. Ao tentar criar esse tipo de factoide, o MBL desinforma seus milhões de seguidores, atraindo-os para um campo ainda mais conservador, com um discurso sem o menor compromisso com a realidade.

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Essa narrativa non sense e aparentemente pontual, começou quando o grupelho comemorou o fim do 'Esquenta", para eles um programa de "extrema-esquerda" no final do ano passado. Tamanha sandice passaria desapercebida, mas a alcunha de esquerdista da "agenda globalista" da emissora virou assunto frequente. A Globo foi taxada de comunista por não se alinhar ao grupo em temas como a absurda censura da exposição no Santander Cultural e o estatuto do desarmamento. Os ataques se intensificaram quando os emebeelistas temeram a candidatura de Luciano Huck, que parecia ameaçar os planos de seus candidatos favoritos.

Mas MBL e Globo nem sempre ficaram em lados opostos. Como se pode imaginar, duas instituições conservadoras, de direita e protagonistas no processo injusto de destituição de Dilma Rousseff militaram juntos em temas como a reforma trabalhista e a PEC do teto dos gastos.Nesses casos, não houve críticas à emissora; afinal, na maioria das vezes, criticar a postura da Globo é fazer uma crítica indireta à própria ideologia política.

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Em 2017 o MBL mentiu, manipulou, censurou e difundiu o ultraconservadorismo cada vez mais presente na nossa sociedade. A Globo também não foi por um caminho muito diferente: seguiu sua vocação direitista e conservadora ao apoiar pautas elitistas e plutocratas, além de encobertar corruptos aliados, sobretudo os tucanos. A Globo da foice e martelo só existe nos devaneios febris do MBL, tão longe da realidade quanto o geocentrismo. E nessa briga entre Kataguiris, Marinhos e pseudocientistas, os que se salvam são os que a esquizofrenia não é movida pela canalhice: os terraplanistas.

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