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Giselle Mathias

Advogada em Brasília, integra a ABJD/DF e a RENAP – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares e #partidA/DF

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O silêncio como opressão

O silêncio opressivo é usado como projeto, não ocorre por acaso ou sem intenção. É uma decisão manter-nos na ignorância

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Por Giselle Mathias

O silêncio pode se revestir de várias formas, pode ser contemplativo, reflexivo, amistoso, pode servir até mesmo como proteção. Mas quero falar do silêncio opressivo que nos é imposto, aquele que nos impede de saber o que aconteceu, que nos veda a compreensão, a possibilidade de mudarmos, de resolvermos os mal-entendidos, de evoluirmos.

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Historicamente somos uma sociedade silenciada, a oligarquia através das instituições, de grandes empresas de mídia, e grandes corporações, nos amordaçam, visam, através da expressão única de suas vozes e emudecendo a diversidade, impor o que lhes interessa, a manutenção do status quo.

A decisão da Polícia Civil do Rio de Janeiro em colocar sob sigilo por 05 anos a operação desastrosa e criminosa no Jacarezinho é a prática corriqueira do silenciamento opressivo imposto à sociedade brasileira, que tem o direito de saber a sua história, a verdade sobre os fatos, e exigir a punição daqueles que se utilizam do serviço público para atender interesses próprios, dos seus pares e de possíveis quadrilhas.

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O silêncio opressivo é usado como projeto, não ocorre por acaso, ou sem intenção; é uma decisão manter-nos na ignorância, pois ele nos torna inseguros, com medo, nos traz a impotência, impede a ação. Uma sociedade que está presa a uma única voz, que é privada do conhecimento sobre sua própria história torna-se passiva diante de todas as brutalidades as quais é submetida, pois acredita que é impotente para alterar o modo de vida imposto.

A opressão do silêncio também se apresenta quando o poder Judiciário deixa prescrever os crimes cometidos pelos poderosos, quando as corregedorias dos órgãos jurisdicionais perseguem aqueles que cumprem sua função com ética, humanismo e por uma sociedade mais igualitária, quando os grandes conglomerados de mídia ignoram e omitem as vozes diversificadas, as vozes de quem sofre a violência de um Estado racista, misógino e patriarcal que permeia a vida cotidiana da população pobre, negra e periférica no país.

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Não podemos deixar mais uma vez passar a oportunidade de nos olharmos no espelho, nos reconhecermos como brasileiros, e para isso não é possível aceitar o silêncio como uma resposta. O grito que está preso em nossas gargantas precisa se soltar, é preciso que nos façamos ouvir, não é mais possível aceitarmos a opressão imposta pelo silenciamento de nossa história, de nossos jovens assassinados pelo Estado; de homens e mulheres encarcerados por um sistema judicial persecutório, injusto e racista, da misoginia dos que hoje ocupam o poder e da escravidão do capital.

Temos a obrigação de não permitirmos mais o silêncio opressivo. Precisamos urgentemente unir nossas vozes contra a escuridão humana que se esconde através do silenciamento dos que desejam a igualdade e liberdade. É necessário lutarmos contra os que nos obrigam a calar, e apesar desta opressão, fortalecem a nossa união na busca da reconstrução de uma sociedade mais justa e solidária.

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