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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”. https://noticiariocomentado.com/

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Olê, olê, olê, olá!

"Reconfortante sentir a democracia pulsar e trocar algumas palavras com gente que sempre a defendeu com propriedade"

Atos do Dia 11 de Agosto - Largo São Francisco (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247)
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Por Paulo Henrique Arantes

Respirou democracia quem foi às Arcadas do Largo São Francisco no 11 de Agosto. Juristas de renome sentaram-se diante do público que fez o histórico pátio ficar pequeno. A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito” foi lida por três mulheres e um homem - bom sinal dos tempos. Miguel Reale Jr. foi chamado de fascista e o coro ensurdecedor, no encerramento do evento, foi “olê, olê, olê, olá! Lula! Lula!”.

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Reconfortante sentir a democracia pulsar e trocar algumas palavras com gente que sempre a defendeu com propriedade. Como o Padre Júlio Lancelloti, que nos disse ao pé do ouvido: “Fica claro que o povo está vivo, está alerta, e que os ideais democráticos são maiores que qualquer tentativa de golpe”.

No meio de tantos juristas, intelectuais, artistas, esportistas, empresários, políticos, sindicalistas, jornalistas, professores e estudantes, a coluna pisou nas Arcadas e o primeiro a encontrar foi Pedro Serrano, constitucionalista sempre do lado certo da História. “Isto aqui mostra que a sociedade civil não aceita golpismo”, disse-nos, sem contudo nutrir falsas esperanças: “Vai haver o 7 de Setembro, nós não podemos ter ilusão. Existe uma parte da sociedade que está tomada pelo populismo autocrático de extrema direita e pela violência que ele traz”.

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O ato nas Arcadas deste 11 de Agosto merece ser comparado ao movimento das “Diretas Já” pela adesão plural antes de tudo.  Uma das diferenças é que, em 1984, pairava sobre a mobilização a figura de Ulysses Guimarães, alcunhado “Senhor Diretas”. “Os participantes são de muitas orientações filosóficas, políticas, sociais. O que os une é a democracia, é a defesa do Estado de Direito. Isso é muito importante. O Brasil já viveu muitas experiências assim - eu estou comparando às Diretas, de que participei junto com o magnífico político brasileiro Ulysses Guimarães, que faz muita falta aqui por sua visão universalista, ampla”, disse-nos o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, braço direito - quiçá também esquerdo - do ilustre parlamentar para temas econômicos. 

Entre tantos juristas defensores da democracia, o fundador da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, desembargador Marcelo Semer, fez a seguinte ponderação à coluna: “É muito importante um ato apartidário, que defende a democracia, que defende a justiça, que defende a votação, para mostrar que a sociedade está garantindo a lisura nas eleições, não importando quem vença. O que não é possível é tentar jogar do lado de fora, ou seja, perder e virar o jogo depois”. 

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Não se sabe exatamente por quê os ilustres tanto evitaram citar Jair Bolsonaro. Ou melhor, sabe-se: para tirar eventuais sinais de partidarismo ou preferências eleitorais e blá, blá, blá. A verdade não camuflada, de todo modo, não deixa de ser uma só: a democracia brasileira só está exigindo reforço porque o presidente da República fala o que fala, faz o que faz, é quem é.

O ato das Arcadas foi um grande, forte aviso: atenção, Brasil, mostre sua veia democrática porque presidente da República vai tentar um golpe. Por isso o que nos falou Walter Casagrande Júnior vem a calhar: “Algumas pessoas talvez achassem que só os golpistas saem à rua, para agredir a democracia. Nós mostramos que estamos juntos na defesa da democracia, só que as nossas armas são as urnas e as assinaturas. Não temos outras armas, não somos violentos. Somos da paz e pela democracia”.

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