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Daniel Samam

Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

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Pacto contra a barbárie: pelo impeachment e responsabilização criminal do governador Wilson Witzel, por Daniel Samam

Diante da extrema gravidade, é preciso um grande e amplo pacto que envolva a classe política, o Judiciário e a sociedade civil organizada para dar início a um movimento pelo impeachment do governador Witzel e, consequentemente, sua responsabilização criminal

(Foto: Fernando Frazão - ABR)
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Não há outra palavra para denominar o cotidiano ao qual as favelas do Rio de Janeiro estão expostas desde que Wilson Witzel (PSC) chegou ao comando do governo do estado: barbárie. A política de confronto a partir da banalização do uso de “caveirões”, de helicópteros dando rasantes e atirando de cima pra baixo produzem pânico e morte, e não traz nenhuma melhora na percepção de segurança.

Não faltam denúncias, imagens e números pra confirmar a escalada da violência por parte do Estado. Há inúmeros registros com telefone celular de moradores nas redes sociais com vídeos de helicópteros com policiais atirando - o próprio governador Witzel participou de uma ação na cidade de Angra dos Reis, no início do ano, onde uma tenda de religiosos foi metralhada.

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Em agosto, seis jovens inocentes, sendo cinco rapazes e uma moça, perderam a vida por bala perdida na região metropolitana do Rio. Na semana passada, a política de confronto deixou quatro mortos no complexo do Jacarezinho. No Complexo do Alemão, seis pessoas morreram e centenas de crianças não puderam ir à escola; no complexo da Maré, alunos tiveram de se abrigar no corredor de uma escola - a imagem circulou nas redes.

A morte da menina Ágatha, de oito anos, no Complexo do Alemão, na noite da última sexta-feira (20), vem se somar à estatística de milhares de pessoas mortas pela polícia nos oito primeiros meses do ano. Um recorde ignóbil que o governador Witzel ostenta com um orgulho típico dos sociopatas mais perversos. Vejam, horas antes do assassinato de Ágatha o governador disse, conforme relatou a imprensa, que promoveria um “combate e caça nas comunidades”.

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As mortes de inocentes, moradores de comunidades, não podem continuar a ser tratadas pelo governo do Estado como danos colaterais aceitáveis. Os números confirmam a escalada da violência pela política de confronto do governo do estado do Rio. De janeiro a julho, houve 1.075 homicídios decorrentes de intervenções policiais no estado, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Um recorde histórico. Até agosto, a Rede de Observatórios da Segurança contou 1.697 operações com trocas de tiros. As chacinas deixaram 235 vítimas fatais. Em relação ao mesmo período de 2018, houve aumento de 31% no total de casos, 58% na participação de agentes de segurança e 21% no número de mortos.

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) é submetida à disciplina e obediência à hierarquia. E seu chefe maior é o governador do Estado. Portanto, a cada declaração do governador enaltecendo a violência tem efeito direto nos PMs que estão na ponta, nas ruas, sobretudo nas baixas patentes. Quando assumiu o governo, Witzel defendeu o excludente de ilicitude, eximindo policiais de responsabilidade por mortes no trabalho. Como consequência óbvia, explodiram os assassinatos cometidos por policiais. As palavras dão confiança e salvo conduto para seguir matando, com a certeza da impunidade.

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Não dá para tergiversar. Ou se passa a responsabilizar diretamente governantes que incitam à violência, punindo exemplarmente os agentes de segurança que cometerem os crimes, ou a matança continuará.

Diante da extrema gravidade, é preciso um grande e amplo pacto que envolva a classe política, o Judiciário e a sociedade civil organizada para dar início a um movimento pelo impeachment do governador Witzel e, consequentemente, sua responsabilização criminal. Não basta questionar os erros da política de segurança pública. Só a punição do verdadeiro assassino acabará com a barbárie.

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