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Cesar Calejon

Jornalista, mestre em Mudança Social e Participação Política pela USP com especialização (MBA) em Relações Internacionais pela FGV. Autor dos livros A ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI, Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil e Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil

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Para o bem da emancipação popular, Lula não deve ser santificado

"Devemos enaltecê-lo de forma a ressaltar a sua principal caraterística histórica: um brasileiro comum", diz Cesar Calejon

(Foto: Ricardo Stuckert)
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Por Cesar Calejon, para o 247

Conforme enfatizado no trigésimo sexto artigo publicado no meu terceiro livro, que se chama Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil (Kotter, 2022), os estados modernos, os ordenamentos jurídicos nacionais e, basicamente, toda a organização da vida social, principalmente nos países ocidentais, são frutos de um modelo de sociabilidade que vem sendo elaborado com base na expropriação e na usurpação das classes trabalhadoras, ou seja, pela lógica de reprodução do capital, que depende de crises recorrentes para fazer a manutenção das suas propriedades. 

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Assim, o bolsonarismo é a forma de expressão mais aguda desse modelo de sociabilidade capitalista no Brasil. Essa foi a principal ideia explanada por Alysson Leandro Mascaro neste texto: “(...) o estado como o conhecemos é uma forma de organização sociopolítica do capital. Caso a democracia não seja mais interessante ao capital, essa força fará com que um golpe ou uma ditadura aconteçam. Nesse contexto, surge o bolsonarismo”. 

Desta forma, para muito além de vencer o bolsonarismo em outubro de 2022, faz-se necessária a reorganização do modelo de sociabilidade que permite que movimentos desta ordem ascendam ao poder. É preciso, sobretudo, derrotar a racionalidade neoliberal que organiza os arranjos sociais com base nos princípios universais da competição irrestrita e, consequentemente, das desigualdades sem limites.

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Neste sentido, para o bem da emancipação popular, Lula não deve ser santificado ou sequer percebido como o fim dos problemas que assolam o Brasil. 

A despeito de ser a figura política mais densa da América Latina e uma das personalidades mais respeitadas em todo o mundo atualmente, o petista deve servir ao propósito iconoclasta que visa promover a organização das classes trabalhadoras como a única saída para superar a dominação do capital que expropria, empobrece e restringe o desenvolvimento da maior parte da nossa população nacional.

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Ou seja, Lula e a sua eleição à Presidência da República não podem ser encarados como um fim em si mesmos, mas como meios para mobilizar as parcelas mais empobrecidas do povo brasileiro com vistas a engajá-las na luta sociopolítica. Fomentar o pensamento crítico é a dimensão fulcral neste contexto. 

Assim, apesar de toda a grandeza e a beleza da história de Lula, devemos enaltecê-lo de forma a ressaltar a sua principal caraterística histórica: um brasileiro comum que acreditou que por meio da mobilização, sindical nesse caso, seria capaz de mudar o Brasil e assim o fez. Esse é o exemplo que deve ser seguido por todos os brasileiros que desejam melhorar as suas próprias vidas e emancipar o país, em última análise.

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