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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Parlamentares querem apoio do Judiciário para aprovar PEC que salva a pele de Bolsonaro

"Como mais uma jogada eleitoreira, aliados do presidente retomam articulação por PEC que blinda Bolsonaro com o cargo vitalício", escreve Denise Assis

(Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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Por Denise Assis, para o 247

Judiciário, modo de usar. Pode soar estranho, mas é dessa forma que o time de deputados “bolsonaristas” quer dispor do poder que, imaginam, tem condições de conceder ao “chefe”, saída honrosa para aplacar o seu pavor do destino que o espera após deixar o poder, em caso de derrota: a cadeia. E, de forma prática e efetiva, esperam salvar a pele de Bolsonaro, a dois meses da eleição, elevando-o ao posto de “senador vitalício”.  

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A medida deve ter sido inspirada nos chilenos de ultradireita, que coniventes com os abusos e arbitrariedades do general Augusto Pinochet, o ditador que prendeu, matou e desapareceu com cerca de 3,2 mil compatriotas – a maioria mulheres – e torturou 40 mil pessoas ao longo dos 23 anos (1973 a 1990) o blindaram com o mesmo posto.

Augusto Pinochet morreu em 10 de dezembro de 2006, sem ser penalizado por nenhum dos crimes cometidos sob a justificativa de senilidade. Até 2002, ele tinha foro privilegiado em virtude do cargo que lhe foi concedido.  

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Como mais uma jogada eleitoreira e, desta vez, para além do pleito, aliados do presidente retomam articulação por Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que blinda Bolsonaro com o cargo vitalício.

A notícia foi dada pelo blog da jornalista Andréia Sadi. Ela ouviu também aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na opinião deles, “a medida não passa de uma concessão do centrão para proteger o presidente e seus familiares caso Bolsonaro perca a eleição”.

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A medida, conforme as articulações dos aliados de Bolsonaro para o projeto, deve se estender a todos os ex-presidentes da República após deixarem o poder.

O projeto - revelado pelo podcast "Papo de Política", da GloboNews em meados de 2021 -, entrou em pauta novamente, no momento em que parlamentares próximos ao presidente se mostram preocupados a possibilidade de que no caso de derrota na eleição e devido ao acúmulo de processos e investigações que correm na Justiça, em seu nome, Bolsonaro acabe preso. Ainda de acordo com o blog, aos presidentes seria concedido o cargo de senador vitalício e, aos políticos de modo geral, o foro privilegiado e imunidade parlamentar.

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Para tornar a medida mais palatável, esses parlamentares interessados em blindar Bolsonaro estariam procurando os líderes do Centrão e de Lula, a fim de buscar apoio para a ideia. Tentam um acordo para a aprovação. Porém, na opinião dos articuladores, tudo ficaria muito mais fácil com um “pacto” com o Judiciário.

O mesmo poder que Bolsonaro ataca dia sim, dia também, “os surdos de toga”, como os chamou no lançamento da sua candidatura. Os deputados “protetores” querem a aprovação da PEC o mais rápido possível, pois temem que tanto os arroubos sobre o Sete de Setembro, quanto os ataques ao STF em período de eleição, possam acirrar os ânimos e abrir motivo para novos processos.

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Bolsonaro convocou o seu “Exército” - leia-se aí os civis armados com as suas medidas de liberação do porte – para que façam, na data dos 200 anos da independência, uma última marcha pela liberdade. Em sua cabeça, pode estar a ideia de que esta seria a última, pois ele vencendo as eleições não haveria necessidade de outras. Nós, no entanto, torcemos e acreditamos, que será a última porque depois disso virão as eleições, nos livrando de sua figura nefasta no poder. O país não merece mais quatro anos de destruição, fome e pobreza. E, cá para nós, Bolsonaro tampouco o cargo de senador vitalício e a imunidade. Tenho certeza de que os parentes dos quase 700 mil mortos pela covid concordam comigo.

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