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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Paulo Marinho deveria revelar tudo o que Bebianno lhe contou, inclusive sobre a facada ou suposta facada

"Bebianno não lhe esqueceu", disse o empresário, amigo e confidente do ex-ministro, que morreu depois de revelar o plano de Carlos Bolsonaro de formar Abin paralela -- que acabou criada, com seguranças que supostamente falharam no episódio em Juiz de Fora

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O empresário Paulo Marinho publicou nesta quarta-feira um post ameaçador a Jair Bolsonaro, depois que este participou de uma baixaria na Jovem Pan que envolveu seu filho, André, participante do programa.

"Quando você estiver chorando no banheiro, lembre-se de Gustavo Bebianno, capitão", disse Paulo Marinho a Bolsoanro. "Ele não lhe esqueceu.”

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Bebianno morreu de forma misteriosa alguns meses depois de fazer insinuações sobre a presença de Carlos Bolsonaro em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro de 2018, quando houve a facada ou suposta facada.

Presidente nacional do PSL na época e coordenador da campanha, Bebianno disse que o ato na cidade foi o único a que Carlos Bolsonaro compareceu e declarou que sua presença atrapalhou o planejamento de segurança.

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Também informou que, depois da posse, Carlos Bolsonaro quis indicar quatro nomes para a Abin. Bebianno disse que o projeto do segundo filho de Jair Bolsonaro era montar uma equipe paralela de investigação.

“Isso dá impeachment”, teria dito o então ministro responsável pela Secretaria-Geral da Presidência. Por que daria poderia resultar na queda de Bolsonaro se a nomeação de nomes para cargos em comissão é de livre escolha do governo?

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A resposta talvez esteja nas revelações que fizemos no documentário “Bolsonaro e Adélio — Uma fakeada no coração do Brasil”. E também em outras descobertas que fizemos na apuração do novo documentário, sobre a máquina de fake news da extrema direita.

Depois que Bebianno e o general Santos Cruz foram demitidos de postos que ocupavam no Palácio do Planalto, por pressão de Carlos Bolsonaro, a Abin foi ocupada por policiais federais que tiveram papel destacado no esquema de segurança em Juiz de Fora.

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Alexandre Ramagem, amigo do agente Marcelo Bormevet, organizador da segurança paralela em Juiz de Fora, assumiu a direção-geral da Abin. Logo depois, Ramagem chamou dois agentes lotados na cidade mineira, um deles o próprio Bormevet, que assumiu cargo de chefia.

Na semana passada, descobri que o agente da PF Luiz Felipe Barros Félix foi flagrado em operação de monitoramento de um parceiro comercial de Jair Renan Bolsonaro. 

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O personal trainer Allan Lucena é supostamente detentor de informações que poderiam resultar em processo criminal contra o quarto filho do presidente.

Em 16 de março deste ano, Allan Lucena denunciou o caso à polícia e, uma semana depois, renunciou ao direito de representar contra o agente da PF, apesar de a operação, ao que tudo indica, ser ilegal.

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A Abin paralela denunciada por Bebianno, sem citar nomes, guarda relação com o episódio de Juiz de Fora. Em qualquer lugar do mundo, seguranças que supostamente falharam jamais ocupariam um lugar de confiança junto à Presidência da República.

A menos que não tenham falhado, mas tenham cumprindo um plano à risca. Se foi este o caso, Bebianno sabia, mas não sobreviveu para contar. Paulo Marinho era seu amigo e confidente. Chegou a dizer que o celular de Bebianno tinha sido depositado nos EUA e seria trazido de volta ao Brasil.

Paulo Marinho já foi questionado sobre o caso, durante a apuração do documentário “Bolsonaro e Adélio — Uma fakeada no coração do Brasil”, mas descartou ter havido farsa no episódio de Juiz de Fora. Com o tuíte desta quarta-feira, ele sinaliza que pode abrir a caixa preta e revelar segredos capazes de implodir a república bolsonarista.

Que o compromisso dele com a verdade seja mais forte do que eventuais acordos políticos. Não pode haver dúvida sobre o que ocorreu em Juiz de Fora, naquela trágica tarde de 6 de setembro. Trágica para o Brasil.

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