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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Planalto tem medo de jogar Barros ao mar

Ricardo Barros, "a quem se atribui o comando do esquema que atua na Saúde, é uma raposa velha da política", escreve Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia. "Sabe de muita coisa, e teria munição para explodir o quarteirão se não sair por bem - leia-se, numa negociação com o Planalto que lhe dê alguma vantagem", acrescenta

Deputado federal Ricardo Barros (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Por Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia

O governo piscou. Pela primeira vez, foi ágil na hora de demitir um funcionário acusado de corrupção, no caso o ex-diretor de Logística da Saúde, Roberto Ferreira Dias, ligado ao líder Ricardo Barros e suspeito de cobrar propina na compra de vacinas. O gesto denota preocupação. O Planalto, porém, está longe de se desvencilhar das mais graves denúncias já feitas até agora no governo Jair Bolsonaro.

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Entre aliados de Bolsonaro, o sentimento é de que pode até não haver - ainda - votos suficientes para aprovar um impeachment ou um processo criminal contra o presidente, mas ele precisará fazer mais para se manter no cargo. A primeira providência lógica agora seria jogar também ao mar o líder Ricardo Barros - o que agradaria o presidente da Câmara, Arthur Lira, e parte do entorno presidencial.

O problema, sobre o qual se debruçam hoje os palacianos, é aferir o grau de periculosidade política do atual líder do Governo. Barros, a quem se atribui o comando do esquema que atua na Saúde, é uma raposa velha da política. Tão esperto que esteve na base aliada de quase todos os governos mais recentes. Sabe de muita coisa, e teria munição para explodir o quarteirão se não sair por bem - leia-se, numa negociação com o Planalto que lhe dê alguma vantagem.

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Qual, a essa altura, é difícil saber. Mas todos sabem o estrago que o fogo amigo pode fazer dentro de um governo. Já fragilizado politicamente, Bolsonaro resistiria ao tiroteio do líder? Há semanas, quando Lira - adversário interno de Barros no PP - pediu ao presidente a cabeça de Barros, não levou. O Planalto deve ter tido lá suas razões, que ainda devem estar valendo.

Nos próximos dias, a CPI da COVID vai ouvir os novos personagens do drama, envolvidos nos casos de suspeitas em torno das negociações da Covaxin e da Astrazeneca. Esta última entrou inesperadamente na roda com a denúncia de Luiz Paulo Dominguetti sobre a cobrança de propina de US$ 1 por dose a ser vendida.

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A única certeza hoje em Brasília é que a sangria na imagem do governo, que perdeu de vez o discurso da corrupção, vai continuar. E que, com ou sem Barros, haverá um racha no centrão que pode marcar o início da debandada. É por esse caminho que a possibilidade de afastamento de Bolsonaro pode crescer.

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