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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Pra Elza, do planeta fome!

"Em 2015, Elza foi apresentada às novas gerações, marcando mais um ressurgimento da cantora que sempre fez questão de lembrar da época em que passava fome"

Elza Soares (Foto: Reprodução/Facebook)
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O Brasil sempre foi berço de grandes cantoras, divas de diversos estilos musicais. Maysa, de voz melancólica e triste; Elis, possante e vibrante; Elizeth, a ‘divina’ que uniu tradição e modernidade; Dalva, a intérprete poderosa; Ângela, a ‘sapoti’ rainha do rádio.

A voz feminina tem a doçura do carinho e a força das palavras verdadeiras que ouvimos desde criança. Como a voz doméstica de ‘Quelé’ Clementina; o sussurro afinado de Nara; a intensidade de Aracy. 

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Relembro do Brasil de antes dos tempos de hoje, quando a beleza estava em todos os cantos, não de quarentena. O disco toca Bethânia, raridade inigualável; Gal, a musa tropicalista; Clara, ‘guerreira sabiá’ da cultura afro-brasileira. 

E foi em Água Santa, subúrbio carioca, que nasceu Elza, a magistral Elzinha, de suingue e rasqueado inconfundíveis. Eleita em 1999, pela BBC de Londres ‘cantora brasileira do milênio’, Elza tinha as marcas tradicionais da mulher que vai à luta. 

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“Vivemos em um país cheio de preconceitos, é horrível. É a minha pátria, eu a amo loucamente. Mas praticamente não temos direitos. Os pobres, os negros, as mulheres, onde estão seus direitos?”, disse uma vez. 

Durante toda a sua vida Elza foi marcada pelo preconceito, tendo que renascer musicalmente várias vezes, como em 1984, quando gravou ‘Língua’ no disco de Caetano Veloso. 

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Com o lançamento do disco a “A Mulher do Fim do Mundo”, em 2015, Elza foi apresentada às novas gerações, marcando mais um ressurgimento da cantora que sempre fez questão de lembrar da época em que passava fome:  "Naquela época, eu achava que se tivesse alimentos para os meus filhos, não teria mais fome. 

O tempo passou e eu continuei com fome, de cultura, de dignidade, de educação, de igualdade e muito mais, percebo que a fome só muda de cara, mas não tem fim. Há sempre um vazio que a gente não consegue preencher e talvez seja essa mesma a razão da nossa existência"

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Elza, daqui do planeta fome, desejo que continues a brilhar entre nuvens, porque você foi, principalmente para as mulheres, símbolo de resistência e coragem.

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