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Camila Ribeiro

Formada em História pela Universidade Federal da Bahia

8 artigos

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Suprema Redundância da Suprema Infâmia

A Islândia já tinha avisado muitos anos atrás que a testemunha de acusação contra Assange não passava de psicopata pago pela CIA

Julian Assange (Foto: Reuters)
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Segunda-feira, dia 24 de janeiro de 2022, será decidido se Julian Assange poderá apelar da decisão tomada em favor de sua extradição, decisão essa que foi publicada em 10 dezembro de 2021, dia Internacional dos Direitos Humanos. 

Os 2 juízes responsáveis por decidir pela extradição em dezembro serão os mesmos a decidir na próxima segunda se Assange poderá apelar da decisão tomada por eles. 

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Um desses juízes já tinha sido denunciado como parcial e suspeito, vários meses antes do julgamento, devido às suas relações de amizade de 40 anos com um ex-ministro inglês que foi responsável diretamente pelas negociações com o governo equatoriano para a entrega de Assange numa bandeja para a justiça inglesa em 2019. 

O mesmo ministro responsável pela entrega qualificou Assange de “verme”. 

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A então primeira ministra inglesa Theresa May congratulou a entrega de Assange em pleno parlamento. O parlamento em peso urrou de alegria.

Também já tinha sido denunciado em 2021 planos da CIA para sequestrar/assassinar Assange quando ele estava asilado na embaixada do Equador. O plano não foi posto em prática porque as relações entre Austrália (país natal de Assange e capacho dos Estados Unidos) e os EUA (país de assassinos) e Reino Unido (país capacho onde ocorreria o sequestro/assassinato) ficariam abaladas. O fato de que Assange é um jornalista premiado e que estava asilado numa embaixada (de país sul-americano) não era o problema.

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Outra revelação feita em 2021 foi a de que a testemunha de acusação contra Assange era nada menos que um hacker condenado confesso em múltiplos crimes de fraude, estelionato e crimes sexuais contra menores de idade na Islândia. Essa testemunha tinha escapado da Islândia com ajuda da CIA para testemunhar que Assange teria pedido a ele para hackear computadores do governo islandês. Essa testemunha em 2021 confirmou toda a farsa para um jornal islandês. 

A Islândia, país pequeno mas soberano, o primeiro país a receber o WikiLeaks e criar leis que dão proteção larga a denunciantes, anos antes, colocou para correr agentes do FBI que tinham ido lá numa operação que tinha o intuito de criar uma história que condenasse Assange e expulsasse o WikiLeaks da Islândia. A Islândia já tinha avisado muitos anos atrás que a testemunha de acusação contra Assange não passava de psicopata pago pela CIA.

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A imprensa inglesa e mundial responsável por desmascarar a farsa que é esse processo de extradição é a imprensa independente. Só, somente só. 

Essa mesma imprensa independente, juntamente com uma massa de cidadãos conscientes no mundo todo espalhados, conseguiu até o momento atrasar a entrega de Assange pelo Reino Unido para os EUA. Do contrário, se não houvesse uma campanha popular crescente, embora silenciada e sufocada nas mídias corporativas, Assange já teria sido entregue para a morte física em 2021, ou mesmo antes. 

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Por outro lado, Assange também já teria pelo menos recebido o direito de liberdade condicional em 2019, ou mesmo jamais teria tido a necessidade de se asilar numa embaixada minúscula cercada por agentes americanos e britânicos por 7 anos. 

Nada em código de lei nenhum dá direito a um país entregar um jornalista que denunciou crimes de guerra e contra a humanidade ao país que praticou esses crimes para que esse país puna esse jornalista por ele ter revelado esses crimes. Só a força bruta, o teatro farsesco de judiciário corrupto e o silêncio das mídias corporativas. 

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A consequência imediata da perseguição que se arrasta por mais de uma década já ocorre: todos os jornalistas investigativos no mundo estão apavorados, muitos já fugiram do Reino Unido. A consequência seguinte da extradição de Assange é a internacionalização do alcance dos EUA através de tribunais de fancaria e burlando acordos internacionais de proteção a liberdade de imprensa, é a própria criminalização da imprensa. Isso significa que o Reino Unido estará entregando aos EUA o direito de ser o censor do mundo inteiro, um juiz mais que parcial, suspeito. Uma espécie de Tribunal Inquisitorial do século 21. 

Só o silêncio do público mundial mantém Julian Assange numa masmorra. Quem se importar com a liberdade de imprensa e todos os direitos que por ela são garantidos que reaja agora. Faça o Reino Unido saber que a entrega de Julian Assange é repudiada e é humilhante para este país, por meio de suas embaixadas e seus consulados. 

Se Assange morrer preso no Reino Unido ou nos Estados Unidos, a consequência será de que somente um país minúsculo como a Islândia é realmente soberano e onde pessoas inocentes podem recorrer à justiça. 

Tudo o mais é farsa, hipocrisia e infâmia. 

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