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Itamaraty expressa inconformismo e vê 'emboscada' de Israel a embaixador brasileiro

Embaixador Frederico Meyer foi chamado de volta ao Brasil após tratamento vexatório de Israel, mas poderá retornar a Tel Aviv

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, ao lado do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer 19/02/2024 REUTERS/Dedi Hayun (Foto: REUTERS/Dedi Hayun)

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247 - Diplomatas brasileiros avaliam que o embaixador Frederico Meyer foi alvo de uma “emboscada” por parte do governo israelense após ter sido convocado para prestar explicações sobre a declaração em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou o massacre de civis palestinos ao Holocausto. O embaixador foi chamado de volta ao Brasil e o governo avalia que ele poderá retornar ao posto em Israel caso o país não escale a crise diplomática.

Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, “a emboscada, na visão do Itamaraty, se deu porque expuseram Meyer ao chanceler israelense falando em hebraico, sendo que Meyer não fala o idioma”. Durante o encontro, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse que o presidente Lula era “persona non grata” no país até que se retratasse das declarações.  >>> Posição firme do Brasil leva Israel a evitar escalada de crise diplomática

Em resposta, o chanceler brasieiro, Mauro Vieira, convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para prestar explicações e mostrar o inconformismo do Itamaraty e do governo com a situação. “Na visita de Zonshine ao Rio, o Itamaraty colocou à disposição um intérprete para ele, caso quisesse falar hebraico. Mas não foi necessário, pois ele avisou que falaria português e recorreria ao inglês. A disponibilidade de um tradutor foi um 'tapa com luva de pelica' de como se faz diplomacia após a cena vexaminosa a que submeteram Meyer”, destaca a reportagem.

Inicialmente, Lula não planejava chamar o embaixador de volta, mas a decisão foi tomada em resposta ao posicionamento de Israel e, caso não haja uma nova escalada da tensão diplomática por parte do governo de Benjamin Netanyahu “e a situação se acalme no Brasil, Meyer pode voltar a ocupar o seu cargo em Tel Aviv. A decisão ainda será tomada”. 

O presidente Lula tem se destacado como a principal voz no mundo a se erguer contra o genocídio perpertrado pelo governo de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino. Desde o 7 de outubro, Netanyahu já comandou o assassinato de 30 mil palestinos, sobretudo mulheres e crianças, feriu 70 mil, deslocou 1,5 milhão de pessoas e destruiu as residências e a infraestrutura de Gaza. Rabinos judeus ortodoxos do grupo Torah Judaism dão razão ao presidente brasileiro e dizem que as ações de Netanyahu são ainda mais graves do que as práticas nazistas.

 

 

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