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“Por favor, Kassab, não venda a praça das flores”

O apelo de D. Crescenza Giannoccaro, 68 anos, presidente da Amoamooca; prefeito tem tudo pronto para entregar os 6 mil metros quadrados, com viveiro e escola de jardinagem, para a indstria imobiliria

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247 _ O mesmo Gilberto Kassab que promete uma praça em Congonhas aos parentes da vítimas do acidente da TAM, em 2007 – uma promessa já feita logo após a tragédia --, é também o prefeito que tem tudo pronto para desapropriar a praça Alfredo Di Cunto, na Mooca, onde existe um viveiro de árvores e uma escola de jardinagem. A intenção é entregar com urgência o terreno para a indústria imobiliária. A Câmara já incluiu a Alfredo Di Cunto entre as 20 áreas que Kassab está autorizado a desapropriar e repassar a construtoras em troca da construção, em outros locais, de equipamentos públicos como creches.

Cerca de 80 moradores da região realizaram ontem um abraço simbólico da área, que tem 6 mil metros quadrados. Ela é muito utilizada pelas famílias e idosos que participam das atividades da escola de jardinagem. O viveiro que funciona na Alfredo Di Cunto é responsável pelo fornecimento de plantas e flores para as praças da região, por isso o local é conhecido como Praça das Flores. Outro terreno na Mooca, onde funciona um depósito da Prefeitura, com cerca de 15 mil metros quadrados, também pode ser desapropriado. O valor venal dos dois imóveis, segundo a Prefeitura, é de R$ 10 milhões. A venda dos 20 terrenos pode render aos cofres da administração municipal cerca de R$ 480 milhões.

A Associação Amoamooca é contra o projeto e defende que o local seja preservado como um pequeno reduto de área verde que restou na região. O bairro tem uma grande concentração de moradores idosos, na faixa de 55 a 60 anos, e poucas opções de lazer. Em ofício enviado pelo prefeito ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto (sem partido), Kassab alega que o terreno não é utilizado pela administração municipal e sua “valorização imobiliária é incontestável, em virtude do desenvolvimento e da urbanização da região em que se situa”. Mas desde fevereiro a Praça das Flores é ocupada por uma escola-estufa, onde acontecem aulas práticas de agricultura, plantio e paisagismo.

Durante a administração da prefeita Marta Suplicy, o local funcionou como horta comunitária. Foi transformado em viveiro e escola de jardinagem em 2008. Até o fechamentos desta edição a Secretaria Municipal de Desenvolvimento não se pronunciou.

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