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Economia

Contra Dilma, era “ofensiva tributária”; com Bolsonaro, “reforma”

Sob Bolsonaro, taxas que têm impacto no bolso do trabalhador podem aumentar 22,7%, afirma o Diário Causa Operária

(Brasília - DF, 10/06/2020) Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Diário Causa Operária - O governo Bolsonaro apresentou uma proposta de reforma tributária ao Congresso sob o lema “quando todos pagam, todos pagam menos”. O projeto prevê uma reformulação de impostos e tributos e  a criação de novos, como a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que será equivalente a um Imposto de Valor Agregado (IVA) federal, com incidência sobre o consumo. 

Em uma próxima etapa, taxas como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) serão alteradas e as regras do imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas, bem como as da desoneração da folha de pagamento serão modificadas. “Esse conjunto de quatro pontos visa sobretudo favorecer a melhoria da produtividade e o crescimento econômico no nosso país”, afirmou José Barroso Tostes Neto, secretário especial da Receita Federal. A assessora especial do ministro da Economia, Vanessa Rahal Canado, também tomou parte no anúncio das medidas feito na semana passada.

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Quando dizem “todos pagam”, estão querendo dizer que “os trabalhadores vão pagar”. A CBS, por exemplo, teria um impacto três vezes maior do que o IVA nas contas das famílias brasileiras. Se aprovada, equivaleria a um salto dos atuais 3,65% cobrados pelo IVA para cerca de 12%.

Até agora, as modificações apresentadas resultarão em um aumento de 22,7% dos impostos sobre o consumo, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPU). Ou seja, na parcela que sai do bolso do trabalhador quando ele compra um prato de comida, uma televisão, um carro ou uma casa. Trata-se de um roubo, pura e simplesmente, da população.

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Os banqueiros, por sua vez, serão beneficiados por um “regime especial” que vai regular as alíquotas cobradas por suas transações financeiras em índices irrisórios para a sua lucratividade.

A isso, ao aumento de impostos e a taxação sobre o consumo, a imprensa burguesa chama “reforma tributária“. E o que diziam quando o governo Dilma Rousseff tentou modificar outros índices?

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Quando em 2015, o governo cogitou aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de 15% para 17%, a imprensa burguesa chamava a proposta de “ofensiva tributária“. A terminologia foi criada porque a medida proposta se somava a um recente aumento dos valores cobrados pelo Programa de Integração Social (PIS) – que é a contribuição obrigatória das empresas para financiar o seguro-desemprego para trabalhadores públicos e privados – e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). 

Mesmo com o banqueiro Joaquim Levy à frente da Fazenda, fazendo concessões aos interesses do empresariado em tudo o que foi possível, quanto estardalhaço e quanta choradeira se viu nos meses que antecederam a derrubada do governo Dilma.

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Portanto, os trabalhadores têm nesse momento a oportunidade de aprender uma importante lição de economia política. Quando um governo golpista cria ou aumenta um imposto que afeta o seu pão de cada dia, é “reforma”; quando um governo reformista procura acomodar os interesses da classe operária com os da burguesia e mexe – um pontinho percentual que seja – com o lucro do patrão, é “ofensiva”.

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