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Após 'feirão do imóvel', CPI mira bens de Cachoeira

Integrante do grupo do bicheiro tenta vender propriedades pela metade do preço e comissão decide pedir bloqueio de bens no valor de R$ 150 milhões; entre as áreas estão uma fazenda no valor de R$ 20 milhões em nome da atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça; no nome da ex-mulher, Andrea Aprígio, há casas, apartamentos, terrenos e fazendas, no valor total de mais de R$ 16 milhões; para evitar a fuga do país, MPF vai pedir a retenção dos passaportes dos 81 envolvidos na Operação Monte Carlo

Após 'feirão do imóvel', CPI mira bens de Cachoeira (Foto: Divulgação)

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Goiás247 (com Agência Senado)_ A CPI do Cachoeira vai pedir ao Ministério Público Federal em Goiás que requeira ao Poder Judiciário o sequestro dos bens da organização comandada por Carlinhos Cachoeira. A decisão foi tomada após o jornal Correio Braziliense ter denunciado a tentativa de venda de bens da organização. O valor total dos bens é de cerca de R$ 150 milhões.

Na avaliação da comissão, o dinheiro poderia ser usado para a fuga de envolvidos, motivo pelo qual será pedido também que os passaportes dos investigados sejam retidos.

– Essas são as medidas que imediatamente a CPI está tomando. Temos que tomar uma providência e é buscando dar uma resposta à sociedade que estamos aqui – afirmou o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Os bens relacionados pela CPI pertencem a pessoas e empresas ligadas à organização. No total, são cerca de 30 investigados que tiveram os bens listados pela CPI, entre eles integrantes da organização e parentes de Cachoeira.

Entre os bens relacionados está uma fazenda no valor de R$ 20 milhões em nome da atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça. No nome da ex-esposa de Cachoeira, Andrea Aprígio, há diversos imóveis, como casas, apartamentos, terrenos e fazendas, no valor total de mais de R$ 16 milhões, além de uma aeronave avaliada em R$ 750 mil. Já no nome do principal investigado, Carlinhos Cachoeira, há apenas um terreno no valor de R$ 1,5 milhão. Além disso, ele aparece como proprietário de uma fazenda de R$ 17,5 milhões, em sociedade com outras pessoas.

Segundo o presidente, a CPI já havia pedido, em maio deste ano, o bloqueio dos bens de Carlinhos Cachoeira e de outros suspeitos de fazer parte da organização. Os bens foram bloqueados pela Justiça, mas a decisão foi revertida em segunda instância. Agora, a lista foi atualizada pela comissão, com novos dados fornecidos pela Polícia Federal.

Os dados serão compartilhados com o Ministério Público, que já forneceu à CPI uma lista das empresas em relação às quais há mais preocupação. O objetivo da CPI, segundo o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), é dar publicidade à lista para evitar a venda dos bens, além de garantir uma decisão liminar que seja mantida após o julgamento do mérito.

– Esse compartilhamento antecipado, antes do fim do prazo regimental da CPI, é muito importante porque garante o sequestro dos bens – afirmou.

Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), é importante garantir que os bens fiquem congelados até que a ação transite em julgado, para que o estado tenha a possibilidade de reaver valores obtidos ilegalmente.

Quanto aos passaportes, a CPI espera que a Justiça determine um prazo para que todos os denunciados na ação penal decorrente da Operação Monte Carlo, em que Cachoeira foi preso, os entreguem à Justiça, sob pena de decretação da prisão preventiva. Segundo o presidente da comissão, são 81 pessoas nessa situação.

Dinheiro

Para o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que assinou o ofício ao Ministério Público como representante da minoria na comissão, a decisão da CPI é correta e tem o apoio de todos os membros, independentemente de partido. A divulgação da lista, no entanto, não basta, ressaltou.

– Temos cobrado que a gente siga o dinheiro. Evidentemente, queremos saber mais. Queremos saber com os dados do sigilo bancário dessas diversas [empresas] laranjas para onde foi o dinheiro, quem foram as pessoas beneficiadas, se houve agentes públicos, se houve políticos.

Segundo Vital do Rêgo, ainda não há data marcada para a próxima reunião da CPI, que só deve ocorrer após as eleições municipais de outubro.

Passaportes

Paulo Teixeira também levou na terça-feira (18) representação ao Ministério Público Federal (MPF) para que o órgão peça à Justiça o bloqueio de bens de empresa tida como de fachada do esquema do contraventor goiano. A CPMI requisitou também ao MPF que solicite à justiça, que os 81 denunciados na Operação Monte Carlo — desencadeada no dia 29 de fevereiro deste ano — depositem seus passaportes em juízo. No final da semana, o jornal Correio Brasiliense denunciou que alguns dos envolvidos estavam vendendo imóveis para deixar o país. A comissão já teve um contato inicial com o MPF, por meio do procurador Daniel Resende, e já obteve sinalização de que as solicitações serão atendidas. As medidas foram anunciadas no início da noite pela CPI, durante entrevista coletiva.

O receio do deputado é que integrantes da quadrilha do bicheiro vendam imóveis adquiridos com o lucro da jogatina. José Olímpio de Queiroga Neto, acusado pela Polícia Federal de ser um dos gerentes do grupo, está tentando vender às pressas, pela metade do preço de mercado, parte do patrimônio que a quadrilha possui no entorno do Distrito Federal. Um dos terrenos postos à venda pertence à MZ Construtora Ltda. registrada no nome de dois filhos de Queiroga Neto

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