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Entidades judaicas criticam fala de Rui Costa Pimenta na Causa Operária TV; PCO se defende

Dez grupos de judeus progressistas apontam “primitivo antissemitismo” no discurso do presidente do PCO. Partido nega

Protesto de judeus em Berlim (Foto: Reuters/F. Bensch)
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247 - Diversas entidades judaicas assinam uma nota para denunciar um “caso de ódio antissemita” por parte do presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, durante live no último sábado (12) no canal do partido no Youtube, Causa Operária TV (COTV). 

Em sua fala, na qual volta a defender a “liberdade de expressão irrestrita” ao comentar o caso Monark, o presidente do PCO “usa de argumentos antissemitas para dizer que apoia a criação de um partido nazista, numa tentativa de evitar que amanhã o alvo seja o comunismo”, aponta a nota.

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O PCO chama as acusações de “absurdo” (leia a nota do partido abaixo).

Entidades judaicas progressistas respondem ao líder do PCO por antissemitismo

Mais uma vez é necessário que venhamos a público denunciar um caso de ódio antissemita. Desta vez  envolve o sr. Rui da Costa Pimenta, um reincidente, que disse em sua live de 12.02.2022 no canal Causa Operária TV, ao defender a “liberdade de expressão irrestrita”, e apoiar a defesa de Monark acerca da permissão de se fundar um partido nazista no Brasil, que: “(os judeus) tiraram da maleta o seu patrimônio de sofrimento, que é a questão do Holocausto nazista.” Não parou aí e continuou sarcasticamente: “Uma vez que você sofreu uma coisa deste tipo, justifica tudo até o fim dos tempos, né? Serve para encobrir todo tipo de picaretagem”. E prosseguiu com os mais vulgares e tradicionais motes: “O lobby judeu é um dos mais poderosos do mundo capitalista, um dos maiores de tudo” e “Nenhum presidente norte-americano é eleito sem a aprovação deste lobby”. E teve mais: “É o lobby que apoia o Estado de Israel. Um poder no mundo que em grande medida se escora para defender os seus interesses na questão do Holocausto.” “O Holocausto serve como justificativa para os atos políticos do presente.”

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Após destilar seu primitivo antissemitismo, Pimenta volta seu ódio aos – como ele mesmo depreciativamente nomeia – “os identitários”. E em uma salada de argumentos que transitam entre a fantasia e o revisionismo, diz: “Os identitários criaram o Holocausto histórico que teria acontecido séculos atrás. Estão tentando construir este patrimônio de sofrimento para impor às pessoas qualquer coisa que passe pela cabeça deles.”

Por fim conclui afirmando que o lobby israelense se une aos empresários e arruína “o programa do rapaz (se referindo ao Monark)”: “Enquanto este pessoal sinistro e perigoso se movimentava, a Esquerda nacional seguia aplaudindo.”

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O líder do PCO maldosamente confunde israelense com judeu, pois assim ataca simultaneamente Israel e os judeus. Em resumo, ele usa de argumentos antissemitas para dizer que apoia a criação de um partido nazista, numa tentativa de evitar que amanhã o alvo seja o comunismo. Poderia ter simplesmente explicado que não há comparação possível entre nazismo e comunismo. Mas fazendo isso teria perdido a oportunidade de expor todo seu antissemitismo.

O negacionismo se vale de desacreditar fatos cientificos, históricos, apoiados em metodologias consagradas por décadas de estudiosos e pesquisadores de inúmeras universidades, para questionar o que denominam o “valor da verdade”. Apoiados em ressentimento, noções validadas por pseudociências, fake news, e impressões tidas como pós-verdade se esmeram em produzir fatos alternativos para confundir e disseminar ódios.

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Queremos recordar aqui da obra de Pierre Vidal-Naquet, “Os assassinos da memória”, que elaborou como a “anatomia da mentira” (Vidal-Naquet, 1988, p. 11) se estrutura: ela parte da conclusão e busca fatos que possam fundá-la, e se necessário asfixiará os dados até que confessem o desejado.

Para o adepto do “método revisionista” segundo Vidal-Naquet, não interessa os meios utilizados para garantir suas conclusões: “A mentira pura e simples, o falso, o apelo a uma documentação completamente fantástica”.

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Lamentável, Sr. Pimenta. A Causa Operária não merece a liderança de um antissemita que defende um Partido Nazista. Com certeza os companheiros comunistas que foram assassinados por este regime estão dando voltas em seus túmulos.

15 de fevereiro de 2022

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Assinam:

Amigos Brasileiros do PAZ AGORA

Associação Cultural Moshe Sharet

Coordenação Apoio Women Wage Peace Brasil

Instituto Brasil-Israel

Judias e Judeus Sionistas de Esquerda

Judias e Judeus com Lula

Judeus pela Democracia

Meretz Brasil

Observatório Judaico dos Direitos Humanos do Brasil

Rede iberoamericana de Apoio ao Women Wage Peace

Nota do PCO:

Os companheiros dos Judeus pela Democracia atuam de forma caluniosa ao acusar o PCO tanto de antissemitismo quanto de negacionismo, que dão a entender ser do Holocausto. Escamoteiam o debate e o conteúdo das declarações do presidente do nosso Partido, Rui Costa Pimenta. Como marxistas, não achamos algo racional, muito menos aceitável, ter qualquer tipo de preconceito por razão de raça ou religião. O caso do negacionismo é também uma calúnia, o massacre de judeus ocorreu bem como foi denunciado pelos comunistas que descobriram o horror nos campos.
O companheiro Rui foi cristalino na sua denúncia de um lobby pró-Israel e em favor de determinados interesses de capitalistas judeus que não necessariamente são israelenses. É inegável que os capitalistas judeus e israelenses montaram um poderoso aparato de propaganda que influencia de forma decisiva a política norte-americana.

Acusar um partido de esquerda de ser antissemita por levantar os mal-feitos do Estado de Israel e de capitalistas intimamente ligados ao imperialismo norte-americano é um absurdo, ainda que não seja novo. O líder da esquerda trabalhista no Reino Unido está sendo perseguido em uma falcatrua similar.

Se o coletivo Judeus pela Democracia se propõe a defender a democracia no Brasil e os direitos do povo, deveria fazê-lo primeiro por se distanciar da política genocida do Estado de Israel, depois por distanciar-se dos fortes interesses capitalistas envolvidos. Confundir intencionalmente a nossa crítica a um Estado genocida e a interesses capitalistas (que, como interesses capitalistas de qualquer natureza, são profundamente negativos) com um negacionismo do Holocausto e um preconceito por razões étnico-religiosas acaba por fazer justamente o contrário.

A nota é mais um triste capítulo da reação de setores de esquerda às nossas declarações defendendo a liberdade de expressão e consciência. É importante lembrar que somos defensores intransigentes da liberdade de expressão, consciência e religiosa, bandeiras que são muito caras a vários judeus de esquerda como bem lembrou o jornalista judeu Glenn Greenwald, que tem posição bastante similar à nossa. Sabemos que pessoas perseguidas sempre foram as maiores defensoras dos direitos, é triste ver que entidades representantes dos judeus tenham esquecido o passado recente deste povo e esta bandeira histórica.

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