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Magoado com o governo, PMDB ameaça rebelião

Com bancada indcil na Cmara, partido v nas eleies municipaisde 2012o grande teste de foras com o PT e no pretende perder o ttulo de maior partido do Brasil em nmero de prefeitos; para deputados, legenda esteve mais bem representada no poder quando no tinha a vice-Presidncia

Magoado com o governo, PMDB ameaça rebelião (Foto: Divulgação)

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Evam Sena_247, em Brasília – Se a lua de mel entre o PMDB e o governo da presidente Dilma Rousseff nunca foi lá pra valer, o casamento pode estar perto de implodir. Na reunião da bancada peemedebista da Câmara em que os deputados decidiram antecipar a eleição da liderança para o ano que vem e reconduziram Henrique Eduardo Alves (RN), foi feita uma avaliação do ano para o partido e a reclamação é generalizada: o PMDB perdeu espaço no atual governo. Por isso, a ameaça de rebelião ganha cada vez mais vozes.

A própria recondução de Henrique Alves foi uma exibição de força do partido. PT e PMDB fizeram um acordo no início deste ano para estabelecer um rodízio na presidência da Câmara, o que deixará o cargo para Henrique Alves entre 2013 e 2014. Deputados peemedebistas prevêem uma quebra de acordo do PT, que tem a maior bancada, e tentam fortalecer seu líder para a disputa.

A insatisfação é maior, mas não restrita, entre os deputados de primeiro mandato. Peemedebistas mais antigos tentam contemporizar, temendo que a rebelião sobre para Henrique Alves, que permanece há seis anos como líder, e foi alvo de movimentação contrária dentro do partido em agosto. Liderada pelo deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), uma ala peemedebista questionou a liderança, o que acabou levando à saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), indicado por Alves, da relatoria do novo Código Civil.

O PMDB vê nas eleições de 2012 o grande teste na medição de forças com o PT e não quer perder o título de maior partido do Brasil em número de prefeitos. Muitos analisam que o menor espaço ocupado pelo PMDB hoje no governo Dilma é uma tentativa de esvaziar o partido. “Estamos comprimidos dentro do projeto de governo, num contexto que nos é desfavorável. Somos marginais dentro do processo”, afirma Fortes.

“Se no ano que vem perdermos o título de maior partido do Brasil, teremos dificuldades de manter esta aliança”, prevê o vice-líder do partido, Eduardo Cunha. O deputado liderou a bancada do PMDB fluminense a fazer uma carta ameaçando apoiar propostas contra o governo e pedindo que o partido entregasse todos os cargos no governo.

O PMDB, que perdeu ministérios importantes entre o governo Lula e o governo Dilma, como a pasta da Saúde, se vê alijado das principais decisões do governo. “Nossos ministérios (Agricultura, Turismo, Minas e Energia, Previdência e Secretaria de Assuntos Estratégicos) não estão no centro deste governo, não participam da elaboração das políticas econômica e social”, afirma Osmar Terra (PMDB-RS).

“O PMDB estava mais representado no segundo mandato do governo Lula do que agora, que temos o vice-presidente, demos tempo de TV e somos governo”, disse Eduardo Cunha, prevendo a dificuldade que Dilma enfrentará para fazer a reforma ministerial anunciada para janeiro.

Outra reclamação do partido é a liberação de emendas, recursos propostos pelos parlamentares no orçamento para serem investidos em seus estados. Pequenos municípios são os mais beneficiados com as emendas. Com a contenção de gastos no governo, para enfrentar a crise econômica mundial, a liberação de emendas este ano foi baixa. “O caso das emendas é uma vergonha. Não aposto na unidade na base aliada, nem no PMDB no ano que vem. Essa casa vai se rebelar contra esse governo, se não mudar”, afirma o deputado Newton Campos (PMDB-MG).

Segundo deputados, os ministros do partido reclamam que os orçamentos de suas pastas são determinados pela Casa Civil, comandada pelo PT, e não sobram recursos para projetos de parlamentares. “Não conseguimos quase nada nos ministérios. De que adianta ministro do PMDB”, opina Marlon Sampaio (PMDB-PI), pré-candidato à prefeitura de Teresina. “Os ministérios são bons para os ministros e não para as bancadas. Se for, é preferível não ter ministério e o ônus quando cai ministro”, afirmou Cunha.

Embora comemore como principal ação no Congresso este ano a aprovação da emenda apresentada pelo partido, contrária a orientação do governo, ao novo Código Florestal, a bancada peemedebista se orgulha se sua unidade com o governo e a usa como peça de barganha. “Alguém acha que a Dilma seria eleita sem o PMDB? Você acha que o governo estaria vencendo votações sem o PMDB”, questionou Edinho Bez (PMDB-SC).

“Essa unidade tem um preço caro. Temos que melhorar nossa interlocução com este governo, porque damos segurança de governabilidade, mas não somos meras marionetes dentro do sistema”, afirma Danilo Fortes.

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