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Melhor para o bolso, cartão de débito avança

Expectativa para este ano que ele seja mais usado que o carto de crdito

Melhor para o bolso, cartão de débito avança (Foto: Shutterstock)

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Luciane Macedo _247 - "Pague em dez vezes sem juros", "parcele em até 12 vezes": os incentivos no comércio fazem com que ele seja esquecido, na maioria das vezes, dentro da carteira. Mas o uso do cartão de débito traz vantagens ao bolso e avança no Brasil. Este ano, deve superar o cartão de crédito em número de transações.

A expectativa é da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). No balanço de 2011, a Abecs constatou que os brasileiros usaram o débito tanto quanto o cartão de crédito. O número de transações realizadas ao longo do ano passado foi o mesmo em ambos os cartões: 3,4 bilhões. No débito, houve um aumento de 20% no uso em relação a 2010.

O balanço mostrou ainda que o consumidor preferiu lançar mão do débito para pagar compras de valores menores, nas ocasiões em que o parcelamento esteve menos disponível. Segundo a Abecs, 18% das transações com cartão de débito foram realizadas no comércio, mas a tendência é que este número avance à medida que mais estabelecimentos ofereçam o débito como opção de pagamento.

No Canadá, por exemplo, o cartão de débito é aceito em 99% do comércio. Nos Estados Unidos, 75% dos consumidores pagam com débito automático. Os canadenses podem, inclusive, usar o cartão de débito de sete instituições financeiras para fazer compras no país vizinho.

"Do ponto de vista técnico e do bolso, é melhor usar o débito e pleitear um desconto à vista, mas é uma minoria que faz isso", comenta Miguel Ribeiro de Oliveira, vice presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). "Na hora de comprar, o brasileiro ainda se preocupa muito em saber se a prestação cabe no bolso", continua Oliveira. "Então, este consumidor acaba preferindo parcelar a perder de vista porque não precisa dispor do dinheiro na hora".

Este hábito, porém, acaba sendo um dos responsáveis pela inadimplência. "A chance de extrapolar nos gastos é bem menor no débito, porque o consumidor só consegue gastar o dinheiro que efetivamente tem", observa Oliveira. "Pesquisas mostram que os grandes índices de inadimplência são no cartão de crédito, principalmente entre os jovens, que acabam tendo três ou quatro cartões e vão usando cada um até atingir o limite", assinala o vice presidente da Anefac. "Quem não resiste a uma vitrine, é melhor deixar o cartão de crédito em casa", recomenda. "No débito, a pessoa se policia mais, esta é a grande vantagem, principalmente para quem compra por impulso, evita que a pessoa gaste além da sua capacidade".

Mas o débito também guarda seus perigos. Se, por um lado, permite um controle mais regrado dos gastos, por outro, também pode levar ao endividamento, ainda que os juros sejam menores em comparação aos cobrados no rotativo do cartão de crédito, que variam de 12% a 15% ao mês, aponta Oliveira. No caso do débito, se o dinheiro em conta acabar, mas o correntista tiver o limite pré-aprovado do cheque especial, então pagará juros de 8% a 10% ao mês. E caso contrate o financiamento na boca do caixa eletrônico, os juros serão de 5% a 6% ao mês.

"Se não tiver dinheiro disponível, o consumidor não consegue efetuar a compra no débito, mas é claro que se escolher o financiamento do caixa eletrônico ou do cheque especial, corre o riso de se endividar", alerta Oliveira. "O melhor é usar o débito com senso de responsabilidade, no limite da conta, e ir aprendendo a se educar nos gastos".

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