Achille Mbembe diz que genocídio em Gaza é exemplo da necropolítica e vê capitalismo incompatível com a ideia de democracia
Ele também disse que a necropolítica está presente no Brasil, onde a violência afeta desproporcionalmente os jovens negros
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247 – Achille Mbembe, destacado pensador camaronês, desafiou as percepções simplistas sobre a geopolítica contemporânea, enfatizando a incompatibilidade entre o neoliberalismo e a democracia liberal. Em uma entrevista à Folha de S. Paulo, Mbembe, conhecido por obras como "Crítica da Razão Negra" e "Necropolítica", lançou luz sobre a falência da hegemonia ocidental e criticou o modelo socioeconômico predominante do século 21.
Durante a discussão, Mbembe abordou a tensão entre democracia e redes sociais, ressaltando a necessidade de democratizar o acesso às ferramentas tecnológicas. Ele argumentou que o atual contexto global demanda uma regulação transnacional, dada a natureza das grandes empresas de tecnologia, que transcendem fronteiras nacionais.
Ao refletir sobre a situação em Gaza, Mbembe trouxe à tona a experiência sul-africana do apartheid, destacando que o direito à vingança não conduz necessariamente à paz. Sua abordagem sobre o conflito israelo-palestino foi marcada por uma visão crítica sobre a possibilidade de uma solução de dois Estados, sugerindo que questões tão complexas devem ser endereçadas pelos líderes mundiais.
Além disso, Mbembe discutiu a relevância do conceito de necropolítica em contextos como o Brasil, onde a violência afeta desproporcionalmente os jovens negros. Ele destacou a importância de reconhecer e enfrentar a herança histórica que marginaliza a identidade negra, ressaltando a necessidade de recontextualizar expressões artísticas e repensar as estruturas de poder.
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