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Meio Ambiente

Apenas 15% das estações de monitoramento de rios no Brasil mandam dados em tempo real, mostra levantamento

As estações se dividem entre as pluviométricas, fluviométricas e as que fazem as duas medições

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Catástrofe climática no Rio Grande do Sul (Foto: Agência Brasil)
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247 - O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que somente 15% das 23,6 mil estações de monitoramento de rios no Brasil enviam os dados em tempo real. As estações se dividem entre as pluviométricas (medem a chuva que cai na bacia do rio), fluviométricas (medem o nível e a vazão dos rios) e as que fazem as duas medições. Em 2023, dos 3.425 alertas de catástrofes naturais emitidos pelo Cemaden, mais da metade foram alertas hidrológicos, como transbordamento de rios. No ano anterior, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por cheias e 7 milhões por seca, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).

Os números, publicados no portal G1, foram divulgados em um contexto de calamidade pública no Rio Grande do Sul, onde, segundo autoridades locais, moradores de 467 das 497 cidades do estado tiveram problemas por causa das enchentes, impactando mais de 2,3 milhões de pessoas. Mais de 160 pessoas morreram no RS desde o dia 29 de abril. Atualmente, o Rio Grande do Sul tem 1,7 mil estações, e 25% delas fazem a transmissão dos dados em tempo real.

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Professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, da UFRGS, Fernando Meirelles, disse que, "se a gente conseguisse ter a chuva e os níveis medidos com maior precisão, a gente anteciparia, em até três dias, o que vai acontecer na região metropolitana [de Porto Alegre]". "Três dias de antecedência num desastre desse seria um tempo fantástico", disse.

De acordo com o engenheiro Leandro Casagrande, responsável pelo monitoramento hidrológico do Cemaden, a rede que fornece dados online é fundamental para a previsão de alertas hidrológicos no país, como enchentes e transbordamento de rios. "Sem os dados das bacias não tem como fazer modelo matemático algum. A gente precisa saber o que está correndo no rio e o volume de chuva", afirma.

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A ANA coordena os 23.663 pontos para colher informações de chuva e nível dos rios no país. A agência afirmou que passa por restrições orçamentárias. Para 2024, parlamentares do Congresso havia aprovado R$ 71,5 milhões de orçamento para a agência, mas o valor caiu para R$ 58,8 milhões. O Ministério do Planejamento informou que a redução de R$12,6 milhões aconteceu porque a inflação de 2023 foi menor que a esperada, afetando a parte dos recursos condicionada a essa variação.

O governo do Rio Grande do Sul afirmou que a atuação da gestão estadual "tem como base a ciência e a pesquisa". "Por isso, a aproximação com pesquisadores de diferentes áreas é algo contínuo. Após as enchentes de setembro de 2023, o governo instituiu o Gabinete de Crise Climática, em que treze instituições de pesquisa, como o próprio Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) fazem parte das discussões".

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De acordo com o Executivo gaúcho, "as sugestões da equipe do IPH/UFRGS recebidas pelo governo RS no ano passado foram levadas em consideração. O documento trazia quatro proposições consideradas urgentes, quatro de curto prazo e quatro de médio-longo prazo".

"Dentre as ações imediatas apontadas pelo IPH, já é realizada pelo Estado a identificação de trechos de rios inundáveis, bem como em escala regional nos Planos de Recursos Hídricos de Bacia Hidrográfica. Além disso, o Estado também já tem atuado para melhorias dos sistemas de alerta à população por parte da Defesa Civil Estadual. Outros dois itens dizem respeito a levantamentos já realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). A Defesa Civil e a equipe do SGB estão trabalhando para elencar as áreas prioritárias quanto ao levantamento de risco. Em paralelo a isso, estão buscando a ampliação do número de áreas que devem ser mapeadas no Estado do RS", continuou.

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"Para os pontos considerados de médio prazo, todas as sugestões ou já ocorrem ou estão em alguma fase de implementação. Já estão em andamento as melhorias nos sistemas de monitoramento, com a instalação de um radar meteorológico que está em fase final de implementação. Foram investidos mais de R$ 25 milhões no serviço que irá monitorar a região metropolitana de POA e mais um raio de 150 quilômetros, trazendo mais assertividade e qualidade na informação que irá subsidiar os alertas à população".

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