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Meio Ambiente

Maioria dos brasileiros quer proteção da Amazônia entre prioridades dos candidatos

Foi o que disseram três em cada quatro eleitores em pesquisa recente do instituto PoderData. Para cientista política, o tema também terá peso na decisão do voto

Vista aérea de área desmatada da Amazônia no Mato Grosso (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
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247 - O candidato a presidente da República que apresentar um plano específico para a proteção da Floresta Amazônica tem mais chance de conquistar o eleitor. Foi o que disseram três em cada quatro eleitores em pesquisa recente do instituto PoderData. A proteção da Amazônia, segundo 76% dos entrevistados, precisa estar entre as prioridades dos presidenciáveis.

O PoderData ouviu em junho 3 mil pessoas com 16 anos ou mais. A pesquisa, encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), tem margem de erro de dois pontos percentuais. Segundo a cientista política Arleth Borges, da Universidade Federal do Maranhão, o resultado mostra que, mesmo em um cenário de agravamento da fome, da inflação e das consequências dramáticas da pandemia sobre a Educação, a preocupação dos brasileiros com a Floresta Amazônica terá peso na decisão do voto.

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"A centralidade da pauta da Amazônia se inscreve no plano mais amplo das questões ambientais, cujas tragédias e desequilíbrios têm chegado cada vez mais perto das pessoas, pelos excessos de chuvas ou secas, dependendo da região, pelas enfermidades associadas a desequilíbrios ambientais, e pelos avanços sobre áreas de proteção e de populações tradicionais por parte de empreendimentos madeireiros, agropecuários ou de mineração", acrescenta Arleth, que coordena o Laboratório de Estudos  Geopolíticos da Amazônia Legal no Maranhão.

Floresta pode definir voto

“Em outubro teremos eleição para presidente do Brasil. Na sua opinião, a proteção da Amazônia deve ser uma prioridade para os candidatos a presidente?” Diante da pergunta, 76% dos eleitores consultados pelo instituto responderam que concordam com essa prioridade, e apenas 18% discordaram. Seis por cento não souberam responder.

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Os pesquisadores questionaram, então, se a chance de votar em alguém aumentaria se esse candidato a presidente apresentasse um plano específico para a proteção da floresta: 62% responderam que sim. O índice dos que disseram que isso não faria diferença na decisão de voto foi de 23%, menos da metade do grupo majoritário.

A pesquisa deixa claro que a maioria dos eleitores não tem em boa conta o trabalho do governo federal na proteção da Floresta Amazônica. A maior parcela dos entrevistados, 48%, considerou ruim ou péssima essa atuação, 22% a consideraram regular, e apenas 19% acham este trabalho ótimo ou bom.

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Desenvolvimento econômico

Durante décadas, o discurso desenvolvimentista de muitos progressistas ou conservadores partia do pressuposto de que desmatar aumentaria a produção econômica, como fizeram os países ricos nos séculos anteriores. A mentalidade começou a mudar no início dos anos 1990, com a realização da Conferência Mundial da ONU no Rio de Janeiro, e o resultado da consulta comprova que a ideia se tornou anacrônica para o eleitor contemporâneo.

A pesquisa não deixa dúvida sobre a importância que o eleitor atribui à proteção da Amazônia para o desenvolvimento econômico do Brasil: 70% disseram que proteger a floresta é importante para o desenvolvimento. Dezoito por cento disseram que não, e 12% não souberam responder.

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Os pesquisadores apresentaram a seguinte frase: “É preciso conservar a Amazônia porque ela é a maior riqueza do Brasil”. E perguntaram a cada eleitor o que ele achava. Oitenta e quatro por cento disseram concordar com a tese pró-conservação, e apenas 8% discordaram.

Em seguida, três pensamentos distintos foram submetidos à apreciação dos entrevistados. A mais votada, por 62%, dizia que “o desenvolvimento do Brasil depende da proteção da Amazônia”. A segunda mais votada, com 18%, foi que “para o Brasil se desenvolver, proteger a Amazônia não é uma prioridade”. A menos cotada, com apenas 7% das respostas, dizia que “o Brasil consegue se desenvolver mesmo sem proteger a Amazônia”. Treze por cento não souberam responder.

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Imagem do Brasil

Quase a totalidade dos eleitores consultados, 85%, disse que a Amazônia “faz parte da identidade nacional do Brasil”. Só 11% disseram que não.

A maior parcela, 41%, também considera que a preservação da floresta é muito importante para a imagem do Brasil no exterior. Outros 25% a consideraram mais ou menos importante, 12% disseram que é pouco importante, e só 9% disseram que não tem importância.

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A floresta e a fome

O eleitor demonstrou também que compreende a relação que existe entre a preservação da floresta e a questão da fome no Brasil. A grande maioria, 65%, considera que a proteção da floresta pode ter um impacto positivo no combate à fome no País, contra 18% que vê nessa proteção um impacto negativo. Ou seja, há mais brasileiros que veem mais potencial de combater a fome na proteção da floresta do que em sua destruição por atividades econômicas tradicionais. Não souberam responder 17% dos entrevistados.

Para a bióloga Hannah Baleiro, do Instituto Mapinguari, do Amapá, o eleitor se mostra disposto a votar pensando na importância da Amazônia por entender a gravidade da volta do Brasil para o mapa da fome. "Apoiar a produção sustentável de alimentos é essencial, e o eleitor entende que o sistema de produção do agronegócio não alimenta a população e ainda impacta negativamente a proteção da região, pois precisa desmatar para produzir, agravando a crise climática” , avalia a bióloga.

Os eleitores estão atentos também, na opinião de Hannah, ao contexto de violência e da falta de participação da população da Amazônia nos seus processos decisórios. "Todos os candidatos têm muitos pontos para trabalhar em cima de propostas para a Amazônia nessas eleições", afirma a bióloga.

Redes sociais

A circulação de informações sobre a Amazônia é apontada pela cientista política Arleth Borges, com base na pesquisa, como um dos motivos do aumento da consciência do eleitor sobre a importância que a proteção à floresta precisa ter no programa de um candidato a presidente. A maioria (64%) dos entrevistados disse se sentir informada sobre os acontecimentos na Região Amazônica, contra 36% que não se sentem informados.

Os pesquisadores perguntaram com qual frequência o eleitor tem ouvido falar sobre o tema, e 41% responderam “sempre”, 39% disseram que “de vez em quando” e só 12% disseram ouvir falar “raramente” sobre os temas relacionados com a proteção da Amazônia.

As redes sociais foram apontadas como o meio pelo qual 24% dos eleitores têm ouvido falar mais recentemente sobre a Amazônia. Somado aos 12% que apontaram o WhatsApp como a principal fonte, o índice chega a 36%. Os sites e portais de notícia foram apontados por 21%, a televisão por 15%, o rádio por 9%, e jornais e revistas ficaram com apenas 2% das respostas. Quatro por cento apontaram como principal meio de informação sobre o tema as conversas com amigos e com a família.

"É cada vez maior o número de pessoas que se informam pelas redes sociais e usam essas informações para orientar suas escolhas. A disposição da maioria para votar no candidato que tenha plano específico para a Amazônia confirma a relevância da circulação de informações sobre a região", afirma Arleth Borges.

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