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Democracia proposta pela Folha não inclui a esquerda e é tolerante com Bolsonaro

O jornal reconhece seu erro por ter apoiado o golpe militar de 1964, mas não faz seu mea culpa pelo apoio ao golpe de 2016, que abriu caminho para a ascensão do fascismo verde-amarelo

Folha e Bolsonaro (Foto: Reprodução Wikipedia)
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247 – O velho Karl Marx já ensinava que a história se repete. Primeiro, como tragédia. Depois, como farsa. A tragédia brasileira se deu em 1964, quando um consórcio de veículos de comunicação deu suporte a um golpe militar, que lançou o Brasil numa ditadura de 21 anos. A farsa aconteceu em 2016, quando este mesmo consórcio liderou a mobilização pelo golpe parlamentar contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que abriu espaço para a ascensão de um neofascismo verde-amarelo.

Integrante deste consórcio nos dois momentos, a Folha de S. Paulo decidiu vestir a camisa da democracia neste domingo. Num editorial em que diz que é sólido o edifício democrático brasileiro, que o próprio jornal ajudou a demolir em dois momentos históricos, a Folha pede que os brasileiros usem amarelo – a cor apropriada pelos fascistas – em defesa da democracia.

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O editorial tem um único mérito. Pela primeira vez, a Folha admite ter apoiado o golpe de 1964. "A censura calava a imprensa, que apoiou o novo regime num primeiro momento, caso desta Folha, que errou. Este jornal viu-se rapidamente engalfinhado pelo novo sistema de poder, perdendo a capacidade de reagir antes mesmo de percebê-lo", aponta o texto.

No entanto, o chamado democrático da Folha deste domingo não traz nenhuma autocrítica pelo apoio explícito que o jornal emprestou ao golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e à cassação arbitrária dos direitos políticos do ex-presidente Lula. Portanto, o novo pacto proposto pela Folha não inclui uma experiência de 13 anos de governo, que aprofundou a democracia e a inclusão social no Brasil.

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Ao mesmo tempo, a Folha se mostra alinhada com a pregação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ajudou a organizar o golpe de 2016 e hoje prega "tolerância" com Jair Bolsonaro. No editorial, a Folha não só defende a permanência de Bolsonaro até o fim de seu mandato, a despeito de todos os crimes de responsabilidade já cometidos, como também propõe o uso do amarelo até lá

"As vitrines das edições dominicais trarão uma faixa dessa cor com os dizeres #UseAmarelo pela Democracia, e o slogan da Folha desde 1961, UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL, passa temporariamente para UM JORNAL A SERVIÇO DA DEMOCRACIA até as próximas eleições presidenciais", aponta o texto.

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Não se iludam: a democracia da Folha não inclui a esquerda e está fechada com Bolsonaro até 2022.

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