A Velha Bota está ingovernável

A Velha Bota está ingovernável. Ninguém quer tomar conta dela, muito menos o representante de mais de um bilhão de fiéis.

O país, a terceira maior economia da zona do euro, está no precipício e muitos apontam características semelhantes às da tragédia grega. Será que a nação da Renascença vai conviver com um desemprego de mais de 25%?

As eleições terminaram há uma semana e nada se resolveu. O presidente, figurativo, Giorgio Napolitano não quer a convocação de um novo pleito. Mesmo que nenhuma das partes queira sentar à mesa para negociar.

Pelos números, o vencedor foi o Pier Luigi Bersani, de centro-esquerda. Ele ganhou a maioria na Câmara, mas não no Senado. Não há governo dessa maneira.

Mas podemos dizer que, moralmente, o vitorioso foi o comediante do movimento Cinco Estrelas, Beppe Grillo. Sem campanha na TV, o humorista conseguiu realizar seus comícios a partir de convocações nas redes sociais. Todos lotados.

Para Grillo, "os políticos de Roma deveriam sair deixar o poder", dado o descrédito total da população perante velhos nomes da velha Bota.

Bersani até topou montar uma aliança com Grillo, mas este o chamou de "morto que fala". A coalizão não deve ir muito longe com "elogios" desse calibre.

Quem demonstrou interesse em tirar Luigi, ex-comunista, para dançar foi ele, Il Cavaliere Silvio Berlusconi, o eterno. Mas Bersani se arrepiou só de pensar na possibilidade.

Assim, o quadro não poderia ser pior. O país está travado na economia (e sem boas perspectivas) e não há primeiro-ministro para lidar com o colossal problema. A tragédia grega vai chegando à Velha Bota.

Vaticano

A eleição na Santa Sé pode ser considerada uma das únicas disputas no mundo em que poucos sabem o que efetivamente vai acontecer. As casas de aposta estão trabalhando firme desde o comunicado da renúncia do papa emérito. Alguns nomes vão ganhando força e destaque nos últimos dias. Dom Odilo Scherer é um deles.