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"Errou, foi denunciado, vou investigar e punir"

Sim, a frase da presidente Dilma Rousseff, pronunciada em 2 de novembro de 2010; naquele dia, ela estava eleita; agora, no governo, ser que vai praticar o que pregou?

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Marco Damiani, 247_ Diante da crise instalada em torno do chefe do Gabinete Civil, Antônio Palocci, a presidente Dilma Rousseff está correndo um dos maiores riscos que um político e, especialmente, um governante podem temer: o risco da perda da credibilidade.

Não é preciso retornar muito no tempo para encontrar uma afirmação peremptória, feita em tom de compromisso com o País, pronunciada por Dilma a respeito de casos de suspeita de conduta duvidosa entre servidores públicos. A eleição já havia sido vencida, naquele dia 2 de novembro em que Dilma concedeu entrevista ao Jornal da Band, da rede Bandeirantes de Televisão. Mas ainda pairavam no ar resquícios do caso Erenice Guerra, a auxiliar direta de Dilma que teve de deixar a chefia do Gabinete Civil, em setembro, no auge da campanha presidencial, acusada de corrupção e favorecimento.

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Questionada sobre como iria agir na hipótese de se deparar, quando chegasse ao governo, com algum caso semelhante, no qual a suspeita poderia macular o desenvolvimento da gestão, Dilma não deixou dúvidas:

“Deixo claríssimo a todos os que integrarem o governo que não terei complacência nem tolerância com malfeitos”, assegurou a presidente. “Errou, foi denunciado? Você vai investigar e punir, seja quem fez.” E continuou, como ministrando uma lição: “O princípio de um bom governo é deixar claro que, se houver falhas, as pessoas que falharem vão sofrer as conseqüências. A grande responsável pelo fato de aumentarem as más práticas é a impunidade, que é madrinha do mal feito”.

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A colocação da presidente teve o dom do equilíbrio. Repita-se um ponto: “Errou, foi denunciado, você vai investigar e punir, seja quem fez”. Ou seja, ela defendeu investigação sobre denúncias, antes de qualquer conclusão sobre culpabilidades.

É difícil compreender, num governo em que a presidente defende investigação sobre quaisquer denúncias, porque a base aliada votou contra a ida do ministro Palocci ao Congresso. Ele estava sendo chamado a dar explicações sobre a multiplicação por 20, nos últimos quatro anos, de seu patrimônio pessoal. Não haveria nem uma investigação, mas uma série de perguntas e respostas. Agora, a oposição quer uma CPI para, ai sim, investigar o aumento patrimonial do ministro, que exerceu o papel de consultor de empresas ao mesmo tempo em que era deputado federal pelo PT paulista. Dilma, a presidente eleita que pronunciou as frases acima, tem condições de ser contra uma CPI ou outro tipo de investigação sem perder pontos preciosos em sua credibilidade?

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